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É secretário-geral do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes )

Alta do diesel: o novo desafio do transporte de passageiros

Neste momento em que o setor busca fôlego para se recuperar de uma crise, é inviável manter um gasto tão alto com insumo

  • Jaime de Angeli É secretário-geral do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes )
Publicado em 14/11/2021 às 02h00

Após o impacto gerado pela redução na demanda de passageiros – consequência da pandemia da Covid-19 –, o segmento de transporte rodoviário de passageiros tem um novo desafio a enfrentar: a alta no preço do diesel, que fechou o mês de outubro com um valor 42% superior ao registrado no mesmo mês de 2020.

O combustível, responsável por mover as frotas de ônibus do país, é fundamental para que o serviço de transporte continue a ser prestado para a população. Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o diesel corresponde, em média, a 26,6% do custo total das empresas operadoras do transporte coletivo de passageiros.

Também de acordo com a NTU, a queda na demanda de passageiros transportados caiu pela metade na pandemia, resultando num prejuízo acumulado de mais de R$ 16,7 bilhões no período de março de 2020 a junho de 2021.

Especialistas apontam que a saída para superar o colapso sem que haja aumento nas tarifas é pautada em três pontos. O primeiro é a viabilização de novas formas de custeio dos serviços de transportes púbicos que não dependam somente das tarifas. Depois, a redução dos custos operacionais sem redução da oferta de transportes e, ainda, ações em infraestrutura que deixem os ônibus mais eficientes e com maior velocidade operacional, como mais faixas, corredores e preferência em cruzamentos.

Agora, mais do que nunca, se faz necessário enfrentar esse novo desafio. Desafio este que diz respeito a todo o setor de transporte e não apenas ao segmento do transporte de passageiros. Há um enorme impacto para as empresas. Além da necessidade de arcar com custos elevadíssimos de combustível, é preciso considerar outros custos. Entre eles, a folha de pagamento e a manutenção dos veículos.

Neste momento em que o setor busca fôlego para se recuperar de uma crise, é inviável manter um gasto tão alto com insumos. É preciso – e com urgência! –buscar soluções compartilhadas para solucionar a questão.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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