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É professor doutor do. Departamento de Economia da Ufes. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Cidades Inteligentes (Ufes). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Economia Regional PPGER/UFR

O Governo do Espírito Santo precisa de um escritório de dados

O Espírito Santo pode se posicionar na vanguarda de um seleto grupo de países, estados e municípios, como Canadá, Nova York e Chicago que tomaram a decisão de colocar a administração pública em sintonia com a era do Big Data

  • Everlam Elias Montibeler É professor doutor do. Departamento de Economia da Ufes. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Cidades Inteligentes (Ufes). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Economia Regional PPGER/UFR
Publicado em 31/03/2023 às 15h00
Varanda do Palácio Anchieta foi incorporada durante a reforma feita por Jerônimo Monteiro
Varanda do Palácio Anchieta. Crédito: Iara Diniz

Todos os dias cada um de nós gera, quase que de forma involuntária, uma grande quantidade de dados. Isso mesmo, somos uma fábrica de produção de dados! Somos uma fonte, quase que inesgotável, de matéria-prima do conhecimento. Toda vez que solicitamos um Uber, realizamos algum acesso à rede mundial de computadores desde nosso smartphone, passamos nosso cartão de crédito em algum estabelecimento, ligamos nossos aparelhos elétricos ao chegar a casa, usamos o GPS; estamos gerando dados. Que destino estamos, enquanto sociedade, dando a esses dados?

Na chamada era do conhecimento, cada dado gerado é importante e precisa ser transformado em informação, logo, em conhecimento. Temos dispensado excessiva atenção à produção de novas tecnologias como a busca por telefones de última geração, computadores cada vez mais rápidos, aplicativos que facilitem nosso dia a dia. Mas não temos dedicado a mesma atenção à importância que esses dados têm na busca de soluções para os problemas recorrentes e que nos perseguem há anos.

Sabemos que o tempo para que mudanças na gestão pública ocorram é diferente da velocidade dos acontecimentos contemporâneos. Enquanto uma empresa como a Google se utiliza, para fins privados, de dados que geramos cotidianamente; o Estado ainda não se atentou à alta gama de dados úteis que existem em suas bases. Foi buscando superar esses desafios que nos últimos anos tem se ampliado o número de países, estados e municípios que incluíram em seus organogramas o escritório de dados.

Os data offices, ou escritórios de dados, têm como objetivo atender as demandas da sociedade em relação à elaboração de políticas públicas baseadas em evidências. Assim, eles nascem com a missão de garantir que os dados sejam usados de maneira mais eficiente e eficaz na tomada de decisões pelos gestores públicos.

Os escritórios de dados ajudam no desenvolvimento de estratégias de ações públicas baseadas em dados, realizam treinamento e outras oportunidades educacionais para aprimorar a utilização dos dados internamente aos governos, desenhando políticas para uso de dados em toda a organização, compartilhando dados e servindo como departamento de referência na utilização de dados, tendências e tecnologias.

O chefe do escritório de dados responde diretamente ao chefe do Poder Executivo, fornecendo subsídios à tomada de decisões. Sua equipe é de perfil multidisciplinar, realiza trabalho compartilhado com as secretarias e departamentos, tem como missão transformar dados em conhecimento e propor soluções baseada em dados.

O Espírito Santo pode se posicionar na vanguarda de um seleto grupo de países, estados e municípios, como Canadá, Nova York  e Chicago que tomaram a decisão de colocar a administração pública em sintonia com a era do Big Data.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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