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Nos bares e restaurantes, conta de um ano de pandemia não fecha

Ao restringir o atendimento em estabelecimentos seguros, que estão seguindo as normas sanitárias, você empurra a demanda para a clandestinidade, para serviços e festas que não têm esses cuidados

  • Rodrigo Vervloet
Publicado em 18/03/2021 às 02h00
Restaurante
Bares e restaurantessó podem funcionar por delivery a partir de quinta-feira (18). Crédito: Pixabay

O Dia do Consumidor, em 15 de março, é uma data importante para todo o comércio e setor de serviços, porém neste momento os empresários e trabalhadores do segmento de bares, restaurantes e similares não têm muito o que comemorar. Isso vem do histórico da pandemia, apesar de, desde o início da crise de saúde mundial, o setor ter se organizado para que as famílias capixabas pudessem frequentar ambientes seguros, que seguissem os protocolos de biossegurança orientados pelas autoridades sanitárias.

Pesquisas divulgadas pelo Estado de Nova York reforçam a tese de que os empreendimentos regularizados não são os vilões da propagação do vírus: apenas 1,4% dos casos de contágio aconteceram em bares ou restaurantes, enquanto que a grande maioria ( (cerca de 74%) estava relacionada a eventos clandestinos e reuniões de amigos e familiares.

São dados que mostram claramente que manter o funcionamento de setores formais, que estão obedecendo os protocolos de segurança, é muito mais eficiente para a contenção da pandemia do que o fechamento dos estabelecimentos. Ao restringir o atendimento em estabelecimentos seguros, que estão seguindo as normas sanitárias, você empurra a demanda para a clandestinidade, para serviços e festas que não têm esses cuidados.

Ressalta-se que no próximo dia 16 de março, completamos um ano desde a publicação da primeira portaria com medidas de controle voltadas para o enfrentamento da pandemia no Espírito Santo. Desses 12 meses, conseguimos trabalhar apenas quatro, considerando todas as restrições das atividades comerciais.

Vale lembrar que no Espírito Santo, e em grande parte do Brasil, a maior parte dos bares e restaurantes são pequenas e microempresas que são afetadas diretamente por esse um ano de restrições. Estamos falando de negócios nos quais famílias trabalham juntas no atendimento, cozinha e gestão.

Fechar todos esses estabelecimentos é ignorar as estatísticas e o real combate à grave crise que enfrentamos na saúde e economia. Resulta apenas na migração da demanda para serviços clandestinos e empobrecimento generalizado dos setores formais e das famílias que destes dependem.

Agora é urgente que o governo do Estado seja sensível à demanda das empresas e famílias que dependem delas com a flexibilização dos horários de funcionamento de nossos bares e restaurantes.

O autor é presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do ES (Sindbares) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Espírito Santo

* Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta

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