Já disseram que o futuro é voltar para a ancestralidade, ou seja, retomar hábitos, soluções, práticas, modelos do passado para ajudar a resolver os problemas atuais. Essa afirmativa, ainda que não represente um consenso, pode estar correta quando observamos a emergência cada vez mais ágil dos chamados negócios de superproximidade do segmento do varejo.
Apesar desse nome pomposo, trata-se na prática simplesmente do resgate dos mercadinhos do bairro, da mercearia da esquina, da vendinha do Seu José, e de toda a conveniência que esses comércios trazem na hora de realizar compras rápidas, de última hora, urgentes, sem precisar enfrentar o movimento intenso de pessoas, a dinâmica cansativa de encontrar um produto e as filas para pagar de um super ou hipermercado, especialmente quando se quer apenas terminar uma receita com aquele item que faltou na despensa, ou ter uma recompensa em forma de sorvete ou bebida após um dia intenso de trabalho ou estudo.
Como o recurso mais escasso mesmo entre os jovens atualmente tem sido o tempo, contar com estabelecimentos na rua de casa ou até mesmo dentro da empresa em que se trabalha ou do condomínio onde se mora, abertos 24 horas por dia e sete dias por semana, é uma praticidade que a maioria das pessoas gostaria de ter acesso para facilitar o dia a dia.
A isso se deve a expansão dos comércios de superproximidade, que, agora, entretanto, agregam serviços, como o delivery, e são autônomos, ou seja, o próprio consumidor escolhe, paga e leva o que deseja. Contam, para isso, com avançadas tecnologias digitais agregadas, que dispensam até mesmo a necessidade da presença de empregados para o atendimento direto ao cliente. Afinal de contas, esse tipo de assessoria se tornou supérflua uma vez que os produtos são os já conhecidos do cotidiano e os pagamentos também são feitos por aplicativos e formas de pagamento diversas.
Sendo assim, o que não foi retomado com os novos “mercados”, talvez para alegria de uns e frustração de outros, foi o famoso fiado, ainda que esse negócio inovador também resgate algo tão valioso para a humanidade: a aposta na honestidade do usuário.
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