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É bacharel em Turismo e CEO da Coppo Consultoria & Projetos

Museu do Sistema Campo Limpo: memória, sustentabilidade e futuro

Criado há mais de 20 anos, o Sistema Campo Limpo, coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), é resultado da articulação entre agricultores, fabricantes, canais de distribuição e o poder público

  • Cássia Coppo É bacharel em Turismo e CEO da Coppo Consultoria & Projetos
Publicado em 18/08/2025 às 10h00

Dia Nacional do Campo Limpo, 18 de agosto, o Brasil celebra a reinauguração do Museu do Sistema Campo Limpo, em São Paulo, com suas instalações reestruturadas através da gestão e coordenação da empresa capixaba Coppo Consultoria e Projetos, contemplados pela lei federal de incentivo à cultura, o espaço dedicado a preservar a história de um dos programas de logística reversa mais eficientes do país e, por que não dizer, do mundo.

Criado há mais de 20 anos, o Sistema Campo Limpo, coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), é resultado da articulação entre agricultores, fabricantes, canais de distribuição e o poder público. O objetivo central é garantir o recolhimento, o correto destino e a reciclagem das embalagens plásticas de defensivos usadas no campo, um passivo ambiental que, sem gestão, seria gravíssimo.

Desde sua criação, o Sistema Campo Limpo já destinou mais de 800 mil toneladas de embalagens vazias, alcançando índices de mais de 94% de destinação adequada das embalagens plásticas primárias que entram no mercado. Só em 2024, foram processadas cerca de 52 mil toneladas, que deixam de poluir solos, rios e lençóis freáticos e passam a integrar a cadeia produtiva novamente, muitas vezes, transformadas em novos produtos plásticos.

Sistema Campo Limpo
Sistema Campo Limpo. Crédito: InpEV/Divulgação

Essa engrenagem só funciona porque há um comprometimento coletivo de agricultores, que lavam e devolvem as embalagens, os pontos de recebimento coletam e fazem o manejo inicial, e a indústria reaproveita a matéria-prima. É um modelo que reforça o conceito de economia circular, diminuindo a demanda por plástico virgem e reduzindo o impacto ambiental de toda a cadeia agropecuária.

Nesse contexto, a reinauguração do museu é um passo crucial para resgatar a história e educar a sociedade sobre a importância da logística reversa. O espaço, localizado em Guariba (SP), foi totalmente modernizado para receber visitantes de diferentes idades, oferecendo recursos interativos e experiências imersivas que mostram o caminho das embalagens até a reciclagem.

O Dia Nacional do Campo Limpo, instituído oficialmente pela lei nº 11.947/2009, se tornou tradição em centenas de municípios. Escolas, produtores rurais e entidades realizam eventos de educação ambiental. É um momento de reconhecimento e reforço da responsabilidade que cada elo da cadeia produtiva deve manter.

Ao celebrar esse dia e a reinauguração do museu, reafirmamos a relevância de iniciativas como o Sistema Campo Limpo, que demonstram que produção agrícola, desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem andar juntos. Mesmo diante dos desafios da crise climática e poluição plástica, a mobilização da sociedade, a inovação tecnológica e o compromisso coletivo são caminhos inegociáveis para um futuro mais sustentável.

Em um país que precisa conciliar produtividade agrícola com conservação ambiental, este exemplo merece ser valorizado. O museu renasce como espaço de memória e convite à reflexão, pois o campo limpo de amanhã depende das escolhas e atitudes de hoje.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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