O Espírito Santo vem ganhando cada vez mais relevância no cenário econômico nacional. Não por acaso, o Estado subiu, em 2024, da 10ª posição para a 6ª posição no Ranking de Competitividade do Centro de Liderança Pública (CLP).
É uma evolução perceptível para além de suas fronteiras, mas que demorou a acontecer no setor de gás natural, muito em conta por décadas de estagnação.
Em 2023, o leilão de privatização trouxe novo fôlego para a concessionária. Com um novo grupo controlador, conhecido por apostar no Brasil, o que se viu foi uma jornada de recuperação.
Conforme divulgado pela concessionária, de julho de 2023 a dezembro de 2024, foram cerca de R$ 120 milhões de investimentos em expansão dos serviços, com mais de 100 quilômetros de novos gasodutos construídos – um incremento de aproximadamente 17% de sua rede de distribuição, e a conexão de mais de 11.000 novos clientes.
Um novo ciclo de crescimento desse mercado começou a se materializar. Em processo de revisão tarifária iniciado em 2024 e amplamente divulgado e debatido com a sociedade em consultas públicas da Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), o Espírito Santo terá garantido um plano robusto de investimentos, que possibilitará virar o jogo depois de marasmo.
O salto até 2030 será significativo. O volume de novos recursos aprovado é de R$ 1 bilhão. E os projetos de interiorização devem proporcionar um estímulo econômico para o Estado, proporcionando novas oportunidades para industrialização, que tem no gás natural um combustível essencial. A infraestrutura chegará a cinco novos municípios e a bairros ainda não contemplados em municípios já atendidos.
A meta assumida pela concessionária é alcançar, até 2030, a marca de 1.100 quilômetros de redes até 2030, e conexão de 90 mil novos clientes. Isso levará os serviços de gás canalizado a 270 mil consumidores.
Um dos pontos mais estratégicos do plano aprovado será a descarbonização e a melhora da qualidade de vida nas cidades. Está prevista a conexão de quatro plantas de biometano, o que traz renovabilidade para a matriz energética do Estado, algo que é atualmente perseguido por todos os países.
Outro ponto importante do plano será a ampliação do GNV (gás natural veicular). A estimativa é de abastecer cerca de mais 50 mil veículos, reduzindo emissões de poluentes que afetam a qualidade do ar, ao passo que cria uma cadeia de serviços e abre uma nova frente de geração de empregos.
O ritmo mais forte de investimentos terá pouco impacto na tarifa, que ainda permanecerá como uma das menores do país, o que coloca o Espírito Santo em vantagem competitiva frente a outras unidades da federação.
Importante ressaltar que a política implementada pela concessionária de facilitar a abertura do mercado, e a migração dos consumidores para o chamado “mercado livre”, possibilitou uma redução significativa do custo de molécula de gás para os grandes consumidores.
A ARSP foi assertiva na revisão tarifária. Cumpriu o rito regulatório e atuou de forma congruente com contrato de concessão – desde já um benchmarking de estabilidade regulatória e segurança jurídica. A agência reguladora também foi assertiva ao conciliar, a um só tempo, um sólido plano de investimentos com o necessário equilíbrio tarifário, o que é fundamental para a vantagem competitiva capixaba, em linha com o apetite legítimo do Estado – o de ser um protagonista do desenvolvimento econômico do país.
Com a aprovação do novo ciclo tarifário, o Espírito Santo terá a oportunidade de finalmente recuperar o tempo perdido, com investimentos estratégicos que vão desenvolver outras regiões e consolidar o Estado como um dos mais atrativos para a indústria e para se fazer negócios.
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