No mundo corporativo, integridade e compliance caminham juntos na ação contra a corrupção e os desvios éticos, tornando-se instâncias balizadoras para a implementação de boas práticas. Esse processo reduz substancialmente a ocorrência de irregularidades.
O decreto 8.420/2015, que regulamentou a Lei Anticorrupção, define um programa de integridade como um conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e outros atos ilícitos.
Indo além, integridade diz respeito à identidade de uma empresa, à forma como uma corporação busca ser vista tanto internamente quanto externamente. Colocar em prática um programa de integridade significa buscar evolução sem perder de vista valores como ética, responsabilidade social e sustentabilidade. Valores estes que sempre foram fundamentais, mas que no mundo atual, que exige que as corporações se enxerguem como partes ativas de um ecossistema social complexo, tornam-se ainda mais necessários.
A principal característica que um programa de integridade junto com compliance traz é a transparência da gestão. Em termos práticos, eles são responsáveis por nortear lideranças, gestores e colaboradores para que a legislação seja cumprida. Para que isso aconteça, é preciso criar, colocar em funcionamento e monitorar o cumprimento de códigos de conduta e ética dentro da organização. Além disso, é necessário disponibilizar canais para o recebimento de denúncias e buscar resolver os problemas encontrados.
A dimensão que essas estruturas devem abranger faz com que elas sejam mais do que um conjunto de processos. Os esforços pela Integridade devem transformar-se em cultura, em práticas enraizadas com as quais todos, lideranças e colaboradores, se sintam comprometidos em seu cotidiano. E o primeiro passo para isso é que haja apoio e envolvimento por parte das altas lideranças. É isso o que permitirá, desde a criação de um setor responsável por esta função, com total autonomia e independência para realizar suas atividades, até o monitoramento contínuo dos mecanismos implantados.
O Dia Internacional Contra a Corrupção, celebrado nesta sexta-feira (9), é um momento de reflexão e de atitude. Quanto mais trabalharmos na prevenção e investirmos em mecanismos de transparência no mundo corporativo, mais certeza teremos de que estamos trilhando um caminho sólido. Por outro lado, enquanto cidadãos, também devemos ficar atentos às empresas e instituições que se mostram comprometidas com as boas práticas.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.