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É subsecretário de Estado de Suporte à Educação

Infraestrutura escolar é o que materializa o discurso de valorização da educação

A educação capixaba conta com 58% das escolas climatizadas; chegará a 75% até o final deste ano e a 100% no ano que vem. Conta com prédios, edificações, espaços e ambientes que, do ponto de vista estrutural, não perdem para nenhuma escola particular

  • Vinícius Simões É subsecretário de Estado de Suporte à Educação
Publicado em 30/08/2025 às 14h00

Quando falamos em educação pública de qualidade, é comum pensarmos no currículo, nos professores e nas metodologias de ensino. Mas há um pilar silencioso — muitas vezes invisível aos olhos dos grandes debates — que sustenta a experiência de ensinar e aprender: a infraestrutura escolar.

Uma escola bem estruturada comunica algo poderoso: dignidade. Dignidade para o aluno, que percebe que seu espaço de aprendizagem é valorizado. Dignidade para o professor, que encontra condições adequadas para exercer sua missão com excelência. Dignidade para a comunidade, que reconhece na escola um espaço de cuidado, respeito e pertencimento.

Em minha trajetória como professor e, hoje, como gestor público, percebo com clareza que não há política pedagógica que se sustente sobre prédios degradados, salas abafadas ou banheiros precários. A aprendizagem exige mais do que boas intenções — exige um ambiente físico que inspire, acolha e proteja.

Investir em climatização das salas, mobiliário adequado, reformas estruturais, acessibilidade, transporte, segurança e limpeza não é um luxo. É um compromisso com a equidade. É entender que o estudante da periferia tem o mesmo direito ao conforto, à beleza e à funcionalidade que qualquer outro.

Cada ar-condicionado instalado, cada escola reformada, cada refeitório reconstruído, cada espaço de aprendizagem revitalizado é uma afirmação concreta de que o poder público está presente — não apenas com palavras, mas com obras que tocam a vida real das pessoas. É dar materialidade ao discurso de valorização da educação. É fazer com que o aluno entenda, desde cedo, que o lugar onde ele aprende é importante. Que ele é importante.

Não se trata apenas de construir ou reformar prédios. Trata-se de construir autoestima, pertencimento e futuro. A infraestrutura escolar digna é o chão firme onde se ergue o verdadeiro sentido da educação pública: transformar vidas, com justiça e esperança.

Hoje, a educação capixaba conta com 58% das escolas climatizadas; chegará a 75% até o final deste ano e a 100% no ano que vem. Conta com prédios, edificações, espaços e ambientes que, do ponto de vista estrutural, não perdem para nenhuma escola particular. Dispõe de salas acolhedoras, tanto para atendimento psicológico quanto para alunos com deficiência.

Conta, ainda, com uma alimentação escolar orientada por nutricionistas, com cardápio nutritivo e variado para todos os alunos, além de um sistema de transporte escolar que é referência no Brasil: são 2.526 veículos, percorrendo 4.456 rotas e transportando, diariamente, mais de 50 mil alunos. Poucos sabem, mas somos a maior “empresa de transporte” do Estado.

Sala de aula Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor Renato José da Costa Pacheco, em Vitória
Sala de aula da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor Renato José da Costa Pacheco, em Vitória. Crédito: Sedu

Dispomos de um acervo mobiliário de qualidade, armários para todos os estudantes e de um sistema de vigilância, limpeza e conservação com profissionais treinados e capacitados.

Essa revolução estrutural da educação capixaba passa pela Subsecretaria de Suporte à Educação (Sese), ligada à Sedu, com uma equipe técnica e competente. É certo: temos ainda que avançar. Mas nunca houve, na história capixaba, tanto recurso destinado à educação pública. Nunca houve tanto recurso disponível no caixa das escolas. E isso só foi possível porque temos um Estado organizado em suas contas.

Estamos em busca do princípio da igualdade social: o acesso de todos a uma escola pública de qualidade.

O estudante capixaba, independentemente da sua cor, origem, bairro onde mora, condição financeira da família ou história de vida, terá à sua disposição uma escola pública de alto padrão estrutural: com salas climatizadas a 23 graus Celsius, alimentação adequada e diária, segurança, conforto, acesso à música, psicólogo, uniforme, livro didático e educação especial e inclusiva.

E tudo isso em uma escola em tempo integral: das 374 unidades, 210 já funcionam nessa modalidade.

Dignidade! Infraestrutura é dignidade.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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