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Futuro do varejo: empresas se reinventam com lojas autônomas

Existem diferentes modelos de negócios para as lojas autônomas e alguns deles já são bastante populares, como as “vending machines” – que são máquinas de bebidas e snacks pioneiras no mercado

  • Leonard Batista É associado III do Instituto Líderes do Amanhã
Publicado em 12/06/2023 às 13h13
Loja autônoma da Zaitt, em São Paulo. O negócio teve início em Vitória
Loja autônoma da Zaitt, em São Paulo. O negócio teve início em Vitória. Crédito: Zaitt/Divulgação

As evoluções tecnológicas têm se tornado cada vez mais intensas ao longo dos últimos séculos. Mais de 120 anos se passaram para que o mundo superasse a primeira Revolução Industrial, no entanto, foram necessários apenas 60 anos (metade do tempo necessário para a primeira evolução) para que a “Indústria 4.0” superasse as tecnologias precedentes e desse início à quarta revolução industrial.

Mais recentemente, o “ChatGPT” surgiu como a grande disrupção tecnológica capaz de superar os serviços de busca da Google e de se colocar como a primeira inteligência artificial disponível a todos os computadores pessoais.

É verdade que nem tudo sonhado no passado se realizou. Os carros voadores ainda estão longe de se tornarem realidade no cotidiano atual. Outra grande decepção é o “skate voador” previsto para 2015 no longa  “De volta para o futuro”, mas que nunca se tornou realidade, frustrando a todos os “geeks” e amantes dos esportes urbanos.

Quando o assunto é avanço tecnológico, qualquer previsão é arriscada, seja em prol da evolução ou não. Mas não é necessário apelar ao futurismo para desfrutarmos de inovações muitas vezes tidas como improváveis, e um grande exemplo são as lojas autônomas.

As lojas autônomas são estabelecimentos comerciais onde há ausência parcial ou completa de funcionários para mediar as transações, não possuem caixas e o pagamento é realizado “on-line”. Na maioria das vezes são 100% digitais, desde o autoatendimento até a entrega do produto ao consumidor.

Existem diferentes modelos de negócios para as lojas autônomas e alguns deles já são bastante populares, como as “vending machines” – que são máquinas de bebidas e snacks pioneiras no mercado – que, ao lado dos totens, são a versão mais simples que temos de lojas autônomas.

E como o futuro é agora, seguem cinco exemplos de lojas autônomas em operação:

1. Amazon Go - Os principais modelos de lojas autônomas trazem semelhanças com o de negócios como a Amazon Go, nos EUA. Nelas, os consumidores realizam todo o processo de compra utilizando o aplicativo da empresa, sem a necessidade de haver mediação de qualquer funcionário. Todas têm uma coisa em comum - ao contrário da maioria das lojas, não existem caixas. Entra-se, escolhe-se o que se quer e sai-se. A empresa denominou essa experiência de compra de "apenas sair".

2. Hema Supermarket (Alibaba) – Fundada em 2015, a operação conta com mais de 300 unidades espalhadas pela China. Com 73 lojas em Xangai, a rede de lojas viu nas restrições impostas na pandemia uma oportunidade de crescimento. Trata-se de um mercado high-tech que possui todas as suas funcionalidades em torno do smartphone que é utilizado para tudo na loja, desde adicionar itens no carrinho de compras até obter informações nutricionais e pagar por seus produtos. No caso de pedidos à distância, os alimentos são entregues em até 30 minutos para consumidores que estejam a menos de 3 quilômetros das unidades.

3. Zaitt – Depois de começar em 2016 como um aplicativo de delivery, a Zaitt optou pelo modelo autônomo. A primeira loja com o perfil surgiu em 2019, no Espírito Santo. Hoje são cinco em operação, e há previsão de abrir mais dez espaços até o fim do ano. Diferente dos outros players, a Zaitt opera apenas com lojas de rua. O custo para o interessado na franquia é de R$ 200 mil a unidade. Todo o modelo de negócio também se aproxima do formato das “vending machines” e das lojas de conveniência. Mas, diferente destas, o modelo de lojas autônomas oferece maior variedade de produtos e valor mais atrativo, permanecendo com valor médio de produtos cerca de 20% a 30% acima dos supermercados tradicionais.

4. Carrefour – Em busca de inovação e de transformação digital, a gigante do setor varejista não fica de fora das inovações. Focadas em produtos de conveniência e com a proposta de oferecer soluções completas, o consumidor encontra na loja bebidas, produtos de mercearia, padaria, verduras e legumes, perecíveis e até carne. É vista como uma possível expansão para hipermercados e outros tipos de operações da rede.

5. Burger King – Na busca pelo aumento de produtividade das operações e com o foco em qualidade, serão testadas em Barueri e Ribeirão Preto pontos de vendas de produtos através de totens com opção de compra antecipada. A empresa espera aumentar a satisfação do consumidor ao mesmo tempo que reduz custos operacionais.

Enquanto varejistas do mundo todo enfrentaram desafios para manter suas portas abertas no mercado físico, outras oportunidades surgiram e se desenvolveram com a pandemia. As lojas autônomas são um grande exemplo de como indivíduos e empresas sujeitos a uma economia de mercado se reinventam para continuar entregando valor ao consumidor. As lojas autônomas são um grande exemplo de como indivíduos armados com sua criatividade criam soluções a todo momento para os desafios que surgem e, assim, perpetuam a prosperidade da espécie humana. Nós fazemos o futuro agora!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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