Autor(a) Convidado(a)
É psicóloga, pós-graduada em psiquiatria e saúde mental da infância e adolescência

Fique de olho quando a criança não gostar de alguém

É importante dar ouvido às crianças. Embora os adultos acreditem que eles possam estar no mundo da fantasia, nem tudo é tão imaginário assim

  • Airam Chaves É psicóloga, pós-graduada em psiquiatria e saúde mental da infância e adolescência
Publicado em 06/07/2021 às 14h00
Crianças precisam ser acolhidas para que se sintam confortáveis para falar o que estão pensando ou sentindo
Crianças precisam ser acolhidas para que se sintam confortáveis para falar o que estão pensando ou sentindo. Crédito: Freepik

É muito importante que tanto o pai como a mãe busquem ouvir mais os filhos e entender o que as crianças querem dizer. Eu costumo sempre aconselhar a buscar acolher os sentimentos dos filhos. Para isso, um exemplo que sempre dou é falar o seguinte com a criança: “eu percebo que você anda um pouco triste, tem algo que eu possa te ajudar?”.

Atitudes como essa fazem com que as crianças a se sintam acolhidas. Dessa forma, ficam mais confortáveis para falar o que estão pensando ou sentindo. Quando o filho sente essa liberdade, cabe cada tradição familiar dialogar com a criança.

Por exemplo, atente-se quando o pequeno sinalizar não gostar de alguém ou não confiar. Primeiro de tudo, é importante dar ouvido às crianças. Embora os adultos acreditem que eles possam estar no mundo da fantasia, nem tudo é tão imaginário assim. Ouçam e priorizem a ação da criança. Perceba os comportamentos, a fala, a forma de lidar ou até mesmo de olhar para essa pessoa no qual ela já demostrou que não confia.

Alguns possíveis sinais de abuso são alterações do comportamento (agressividade demasiada, sono excessivo, irritabilidade), presença de interesse para assuntos relacionados a sexualidade, brincadeiras de cunho sexual, desenhos que tenham partes íntimas ressaltadas. Outro sinal é o aparecimento de sintomas físicos, tais como dores de barriga e cabeça constantes, sem causa específica. Além disso, pode existir um isolamento social repentino, distanciamento dos colegas, da família ou regressão, tais como medo de dormir sozinho e até mesmo voltar a chupar o dedo.

Outro ponto que os pais devem estar atentos, mesmo em casos que não exista a possibilidade de um abuso, é quando a criança vê pela primeira vez a pessoa e se recusa a cumprimentar. Sempre existe a dúvida se devemos insistir ou respeitar a criança. É muito importante respeitar o limite dos filhos! Vale lembrar que a criança tem comportamentos naturais, diferentes dos adultos que precisam “disfarçar” para falar com alguém. A criança sinaliza com mais transparência que não está à vontade de trocar afetividade ou contato com aquela pessoa.

Então, devemos, sim, respeitar, porém os pais precisam buscar entender, no momento mais oportuno, o motivo daquela recusa. Pode ser que ela simplesmente não foi com o perfil daquela pessoa. E tudo bem se isso acontecer.

Caso tenha desconfiança que uma criança esteja sofrendo abuso, aproxime-se dela e ofereça ajuda! Fale carinhosamente sobre sua compreensão, mostrando esclarecimento e segurança! Ouçam as crianças e adolescentes, pois eles estão frequentemente emitindo sinais para nós! É essencial que se procure a ajuda profissional. Assim, a forma de lidar com esse trauma será mais benéfica. O telefone para denunciar casos ou suspeita de abuso infantil é o Disque 100.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Depressão crianca Infância

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.