O crescimento dos casos de câncer colorretal na população mais jovem, com menos de 50 anos, preocupa a sociedade médica, que por meio de estudos científicos busca fatores e respostas que possam explicar esses índices crescentes.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Americana do Câncer revelou que a incidência dessa neoplasia tem aumentado entre pessoas com idades entre 25 e 49 anos. Segundo o estudo, os principais crescimentos anuais ocorreram na Nova Zelândia (4%), Chile (4%) e Porto Rico (3,8%). Apesar de o levantamento não ter incluído dados no Brasil, é fato que esse aumento faz parte de um fenômeno global.
Embora esse tipo de tumor ainda seja mais prevalente em pessoas com mais de 50 anos, o crescimento entre pacientes mais jovens acende um alerta necessário.
Ainda não há uma certeza sobre as razões específicas desse aumento de casos, mas entre as possíveis causas estão as mudanças no estilo de vida.
A alimentação rica em ultraprocessados e fast foods ganhou uma grande adesão nos últimos anos, especialmente entre os mais jovens, que acabam ajustando a rotina movimentada à ingestão de alimentos rápidos e de fácil preparo. E isso inclui o consumo de comidas embutidas, como salsicha, presunto, enlatados, que comprovadamente, por meio de estudos científicos, está associado ao risco de câncer colorretal.
Outra possível causa é o aumento da obesidade em todo o mundo. O excesso de peso corporal é um fator de risco para diversos tipos de câncer, inclusive o colorretal, e também outras doenças. É uma condição que afeta pessoas de todas as idades, começando na infância, e está ligada a maus hábitos alimentares, sedentarismo, problemas hormonais e alterações metabólicas. Infelizmente, o número de pessoas obesas é crescente e alarmante.
O terceiro mês do ano é dedicado à campanha Março Azul Marinho, voltada para a conscientização do câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino.
Movimentos desse tipo precisam trazer informações e orientações que ajudem as pessoas a serem protagonistas da própria saúde. O primeiro passo é estar atento a alguns sinais suspeitos, como perda de peso sem motivo aparente, diarreia ou prisão de ventre, sangue nas fezes, sensação de saciedade mesmo com o estômago vazio e dores abdominais e na região anal. Esses sintomas podem ser manifestações de muitos outros problemas menos graves, mas é fundamental procurar um médico para investigar.
Além disso, é urgente que se faça uma avaliação dos hábitos de vida que podem contribuir para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia. Vícios, como tabagismo e etilismo, e alimentação desregrada são sinais de alerta, e é indispensável que essas circunstâncias sejam ajustadas com tratamentos, iniciativas individuais e até redes de apoio, caso necessário.

Vale ressaltar que não existe uma medida preventiva 100% eficaz para evitar o câncer, mas é preciso focar no que é possível, por meio de esforços diários.
Não temos todas as respostas para desvendar as obscuridades que circundam as doenças graves, mas temos caminhos que podemos escolher para que as possibilidades de adoecimento sejam menores. Que esses caminhos sejam prioridade na vida de cada um de nós.
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