As estruturas familiares mudaram, mas os conflitos continuam — especialmente quando há filhos em um processo de separação. Diante disso, o direito precisa acompanhar essas mudanças e oferecer soluções humanas e eficientes. Nesse cenário surge o plano de parentalidade: uma ferramenta clara, moderna e focada no que realmente importa — a criança.
O plano tem origem na filosofia da Justiça Multiportas, que entende que resolver conflitos não é função exclusiva do Judiciário. A justiça atual funciona como uma rede de profissionais — mediadores, psicólogos e assistentes sociais — que ajudam as famílias a encontrar saídas mais rápidas e cooperativas.
Essa visão se aproxima das ideias de autores como Teubner, que explicam que a sociedade é complexa demais para depender de um único caminho. Em termos simples: alguns problemas são mais bem resolvidos na conversa do que no tribunal.
O plano de parentalidade segue essa lógica. Ele organiza a rotina da criança após a separação: convivência, responsabilidades, horários, logística, férias e datas importantes. Ao deixar tudo claro, reduz incertezas, evita conflitos e traz estabilidade — especialmente para a criança.
O plano também é flexível. Pode ser ajustado conforme a vida muda, acompanhando o crescimento da criança e a reorganização da família. Sua elaboração é colaborativa, com apoio de um profissional neutro que facilita o diálogo e mantém o foco no bem-estar infantil. Assim, mesmo diante da ruptura conjugal, preserva-se o compromisso compartilhado de cuidado.
Esse modelo rompe com o antigo padrão de disputas longas e desgastantes. Hoje, o direito reconhece que eficiência e sensibilidade surgem do diálogo. O plano transforma tensão em cooperação.
Mais que um documento jurídico, é uma ferramenta viva que orienta e protege. Mostra que, mesmo após o fim da relação conjugal, os pais seguem unidos por um propósito maior: garantir que a criança cresça em um ambiente seguro, estável e cheio de afeto.
Ao fortalecer o diálogo, o plano mostra que a justiça pode ser eficiente sem perder humanidade. Ele promove responsabilidade conjunta, reduz desgastes emocionais e cria bases sólidas para que a criança se desenvolva com equilíbrio. Assim, o plano se torna uma estratégia de cuidado contínuo e cooperação familiar.
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