Autor(a) Convidado(a)
É advogada

Divórcio e filhos: entenda como funciona o plano de parentalidade

Mais que um documento jurídico, é uma ferramenta viva que orienta e protege. Mostra que, mesmo após o fim da relação conjugal, os pais seguem unidos por um propósito maior: garantir que a criança cresça em um ambiente seguro e cheio de afeto

  • Luciana Marques de Abreu Júdice É advogada
Publicado em 01/12/2025 às 14h42

As estruturas familiares mudaram, mas os conflitos continuam — especialmente quando há filhos em um processo de separação. Diante disso, o direito precisa acompanhar essas mudanças e oferecer soluções humanas e eficientes. Nesse cenário surge o plano de parentalidade: uma ferramenta clara, moderna e focada no que realmente importa — a criança.

O plano tem origem na filosofia da Justiça Multiportas, que entende que resolver conflitos não é função exclusiva do Judiciário. A justiça atual funciona como uma rede de profissionais — mediadores, psicólogos e assistentes sociais — que ajudam as famílias a encontrar saídas mais rápidas e cooperativas.

Essa visão se aproxima das ideias de autores como Teubner, que explicam que a sociedade é complexa demais para depender de um único caminho. Em termos simples: alguns problemas são mais bem resolvidos na conversa do que no tribunal.

O plano de parentalidade segue essa lógica. Ele organiza a rotina da criança após a separação: convivência, responsabilidades, horários, logística, férias e datas importantes. Ao deixar tudo claro, reduz incertezas, evita conflitos e traz estabilidade — especialmente para a criança.

O plano também é flexível. Pode ser ajustado conforme a vida muda, acompanhando o crescimento da criança e a reorganização da família. Sua elaboração é colaborativa, com apoio de um profissional neutro que facilita o diálogo e mantém o foco no bem-estar infantil. Assim, mesmo diante da ruptura conjugal, preserva-se o compromisso compartilhado de cuidado.

Esse modelo rompe com o antigo padrão de disputas longas e desgastantes. Hoje, o direito reconhece que eficiência e sensibilidade surgem do diálogo. O plano transforma tensão em cooperação.

Mais que um documento jurídico, é uma ferramenta viva que orienta e protege. Mostra que, mesmo após o fim da relação conjugal, os pais seguem unidos por um propósito maior: garantir que a criança cresça em um ambiente seguro, estável e cheio de afeto.

Ao fortalecer o diálogo, o plano mostra que a justiça pode ser eficiente sem perder humanidade. Ele promove responsabilidade conjunta, reduz desgastes emocionais e cria bases sólidas para que a criança se desenvolva com equilíbrio. Assim, o plano se torna uma estratégia de cuidado contínuo e cooperação familiar.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Direito Divórcio Família

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.