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É superintendente executivo do Centro de Integração Empresa Escola do ES (CIEE/ES)

Cursos técnicos permanecem relevantes na realidade atual

A inclusão dessa formação nas escolas públicas de ensino médio é uma maneira de aumentar a competitividade dos jovens no mercado de trabalho e fortalecer a economia com mão de obra qualificada

  • Jossyl Cesar Nader É superintendente executivo do Centro de Integração Empresa Escola do ES (CIEE/ES)
Publicado em 01/11/2021 às 02h00

Em tempos de grandes desafios econômicos como os da atualidade, é importante lembrar de uma solução não tão nova, mas efetiva na transformação de realidades: os cursos técnicos e profissionalizantes, que são ótimos credenciais para abrir portas no mercado de trabalho. Os jovens são formados em cursos cujo conteúdo é voltado para as principais demandas das empresas, o que facilita a inserção no mercado.

Recente pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) comprova essa realidade: candidatos com cursos técnicos possuem 48% mais chances de conseguir um emprego no Brasil, comparado a quem só tem ensino médio. Com todas as mudanças impostas no último ano, podemos ver uma mudança radical no mercado e muitas delas vieram pra ficar.

Algumas empresas optaram por home office e sistema de escalas; os dados e sistemas foram migrados para a nuvem; e o ensino híbrido é a realidade em diversas cidades. Com tudo isso, o caminho a ser seguido está mais claro do que nunca: investir em tecnologia e na educação. E é aí que os cursos técnicos voltam, mais uma vez, a afirmar o seu valor na formação de jovens profissionais e sua importância para o mercado.

A Fundação Dom Cabral, em pesquisa com 150 grandes empresas, mostra que 67% delas já encontram dificuldades na contratação de mão de obra qualificada. É por isso que o ensino técnico deve ser uma prioridade de investimento do poder público. Mas a verdade é que o Brasil ainda engatinha nessa questão, apesar de termos visto um crescimento no número de institutos federais nos últimos anos, que oferecem formação de qualidade para cursos técnicos.

No entanto, apenas 15% dos alunos do ensino médio fazem cursos profissionalizantes, quando o ideal, segundo especialistas, seria um percentual de 30%. Na Alemanha, por exemplo, país que lidera os índices de tecnologia na Europa, 70% dos alunos do ensino médio fazem cursos técnicos. Na América do Sul, a Argentina e o Chile também estão à nossa frente nesse quesito.

A inclusão dessa formação técnica nas escolas públicas de ensino médio, por exemplo, é uma maneira de aumentar a competitividade desses jovens no mercado de trabalho e fortalecer a economia com mão de obra qualificada. Concluir o ensino médio com um curso técnico no currículo é um primeiro passo na carreira profissional, que contribui para a renda das famílias e proporciona mais opções de escolha e esclarecimento para decisões da vida profissional.

Somado a essa formação, o estágio ganha nova dimensão, reforçando sua eficiência como modalidade de capacitação de futuros profissionais. Nessa fase, os estudantes terão contato com a prática profissional e serão treinados para determinadas funções, o que só engrandece seu currículo e sua formação e facilita seu ingresso no mercado de trabalho.

Ampliar a formação técnica aliada à pratica do estágio é um modelo que pode contribuir para solucionar grande parte do desemprego da população jovem no Brasil e tornar nossa economia muito mais competitiva.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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