O mercado imobiliário da Grande Vitória volta a ganhar fôlego com um conjunto de ajustes no crédito habitacional que, em conjunto, tornam o financiamento novamente funcional como instrumento de planejamento patrimonial. A retomada da possibilidade de mais de um financiamento ativo por CPF no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) se soma a outras condições relevantes e contribui para um ambiente de crédito mais aderente à realidade atual do mercado imobiliário.
Isoladamente, essa medida pouco mudaria o cenário. No entanto, quando combinada com limites atualizados, percentuais mais elevados de financiamento, uso do FGTS e maior previsibilidade de juros, ela passa a destravar decisões que vinham sendo postergadas. A suspensão dessa possibilidade no fim de 2024 restringiu estratégias comuns de compra e reorganização patrimonial. Sua retomada, agora, atua como parte de um conjunto de fatores que devolvem a fluidez ao mercado.
Um dos pontos centrais é o enquadramento dos imóveis no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), cujo limite regulatório foi ampliado para R$ 2,25 milhões, alinhando o financiamento aos preços praticados atualmente. Dentro dessas regras, os bancos voltaram a operar com condições mais equilibradas, permitindo financiar até 80% do valor do imóvel pelo sistema SAC, com prazos mais longos. Soma-se a isso a possibilidade de uso do FGTS, que reduz a necessidade de capital próprio e amplia o acesso ao crédito.
Outro elemento importante é o limite de taxa de juros do SBPE, hoje estabelecido em até 12% ao ano. Esse teto funciona como um amortecedor contra oscilações bruscas do cenário macroeconômico, trazendo previsibilidade ao financiamento imobiliário e permitindo que o comprador planeje seu compromisso financeiro no longo prazo com maior segurança.
Na Grande Vitória, esse conjunto de condições encontra um mercado com características muito próprias. A região vive um ciclo contínuo de valorização imobiliária impulsionado por investimentos, demanda crescente e, sobretudo, pela escassez estrutural de terrenos. Vitória, por ser uma ilha, possui limitações físicas claras para expansão urbana, fator que historicamente sustenta a valorização dos imóveis bem localizados e reforça seu apelo patrimonial no médio e longo prazo.
O horizonte para os próximos anos reforça esse cenário. A leitura dos ciclos econômicos indica que 2026 tende a marcar um novo período de redução da taxa básica de juros no país. Antecipando esse movimento, bancos privados de grande porte já vêm promovendo reduções graduais em suas taxas de financiamento imobiliário. Para quem contrata crédito agora, isso abre espaço para revisões futuras por meio da portabilidade, reduzindo o custo total da operação ao longo do tempo.
Somadas, essas variáveis criam um ambiente de maior liquidez, previsibilidade e racionalidade econômica. Mais do que uma regra específica, é a combinação de crédito estruturado, limites atualizados e perspectiva de juros que reposiciona o mercado imobiliário da Grande Vitória e fortalece decisões patrimoniais mais consistentes.
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