O novo modelo de crédito imobiliário traz mudanças fundamentais para o mercado habitacional brasileiro. Ele promove a gradual redução do compulsório da poupança, com transição prevista até o final de 2026, permitindo ajustes conforme a demanda do setor. A mudança moderniza o uso dos recursos da poupança no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), adequando-o à nova dinâmica do mercado e corrigindo limitações que já vinham sendo percebidas.
A principal inovação está na ampliação da base de financiamento, com maior utilização de instrumentos de mercado como Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Essa diversificação de fontes traz mais previsibilidade e fôlego ao crédito imobiliário, tornando o sistema menos dependente da poupança e mais preparado para sustentar o crescimento do setor.
Outro avanço relevante é o aumento do teto máximo para uso do FGTS na compra de imóveis — que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões —, acompanhando a valorização imobiliária dos últimos anos. Além disso, a Caixa Econômica Federal voltou a financiar até 80% do valor do imóvel, ante o limite anterior de 70%, medida que amplia as possibilidades de acesso ao crédito e deve impulsionar as transações, especialmente em regiões como a Grande Vitória, onde os preços estão mais altos.
Essas mudanças fortalecem o lado da demanda, permitindo que mais famílias conquistem a casa própria com condições mais favoráveis. No entanto, ainda é preciso avançar para equilibrar também o lado da oferta: fomentar a construção com crédito acessível é igualmente essencial. O novo modelo resolve o acesso do consumidor final de imediato, mas o desenvolvimento sustentável do setor depende de um olhar mais estruturado para toda a cadeia produtiva, garantindo também previsibilidade e incentivo ao financiamento da produção imobiliária.
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