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É médico e diretor-presidente da Unimed Vitória

Combate à Covid é uma missão coletiva, não uma jornada de herói

A rápida propagação da variante Delta chega como um lembrete urgente de que ainda vivemos uma epidemia e que relaxar ainda não é permitido

  • Fernando Ronchi É médico e diretor-presidente da Unimed Vitória
Publicado em 07/08/2021 às 02h00
Brasília - Idosos com 80 anos ou mais, nesta terça-feira, 02 de fevereiro, são vacinados contra coronavirus, por drive thru.
Vacinas em uso no Brasil têm se mostrado eficientes contra a variante Delta. Crédito: Estadão Conteúdo

Nas redes sociais, nos telejornais e nos meios de comunicação em geral, depoimentos de médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham na linha de frente contra a Covid já viraram notícia comum. As marcas no rosto causadas pelas longas jornadas usando máscaras e o olhar muitas vezes cansado dão pistas do desgaste físico e emocional pelo qual esses profissionais têm passado.

Nossos trabalhadores da saúde são, definitivamente, os soldados do front. Para eles, desistir não é uma opção. Enquanto a população é orientada a seguir mantendo o distanciamento social, médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, entre outros, são essenciais dentro dos hospitais e demais unidades de atendimento. Eles cumprem a missão de cuidar de cada vida com empenho, mesmo diante de um cenário que tantas vezes esteve próximo do colapso.

No dia a dia, as nossas atitudes contribuem para frear ou acelerar a disseminação do novo coronavírus. Em paralelo à imunização contra a Covid, é essencial que continuemos mantendo à risca os protocolos de saúde: uso de máscara, higiene das mãos, distanciamento. A regra vale também para quem já foi vacinado, visto que mesmo imunizada a pessoa pode ser contaminada e transmitir o vírus.

Ainda não é o momento de relaxar. Manter níveis sustentáveis de ocupação de leitos é uma tarefa coletiva. A impressão de que tudo está voltando ao normal não pode nos fazer baixar a guarda. Muitas pessoas ainda aguardam suas vacinas. É preciso pensar nos adultos jovens que ainda não foram vacinados e nas crianças que também podem ser contaminadas pelo vírus.

Há de se compreender que toda a população tem sua parcela a cumprir no combate à pandemia. A vacinação está avançando, mas ainda existe um caminho longo a ser percorrido. Enquanto não chegarmos ao patamar necessário para alcançar a imunidade coletiva, não podemos relaxar.

A rápida propagação da variante Delta chega como um lembrete urgente de que ainda vivemos uma epidemia e que descansar ainda não é permitido. Não antes de tomar as duas doses da vacina – quando isso se aplicar – e de seguir com todos os cuidados. Corremos o risco de regredir em tudo que avançamos no enfrentamento à Covid-19, se permitirmos uma disseminação desenfreada dessa nova cepa, que é altamente transmissível.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as infecções por Covid-19 cresceram 80% ao redor do mundo nas últimas quatro semanas. Felizmente, as vacinas aprovadas continuam eficientes contra a Delta, desde que aplicadas plenamente, em duas doses. É bom dizer que a nova variante já foi detectada em 132 países e é a versão predominante do vírus no momento.

Sigamos, portanto, fazendo a nossa parte. Não existem heróis na luta contra a pandemia. Há, na verdade, profissionais muito dedicados que fizeram um juramento: “Prometo solenemente consagrar minha vida a serviço da humanidade; a saúde e o bem-estar de meu paciente serão as minhas primeiras preocupações”. Um bom médico nunca desistirá de salvar vidas. Que cada um de nós, então, faça a sua parte. Esses profissionais não podem caminhar sozinhos nesta batalha.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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