Autor(a) Convidado(a)
É especialista em cafés e mestre de torra. É fundador da Terrafé

Cafés especiais: consumo vai dobrar em 5 anos, e o ES pode ser protagonista

Segundo maior produtor de café arábica do Brasil, só atrás de Minas Gerais, nosso estado reúne as condições para ser um competidor peso-pesado na disputa pelo mercado

  • Raul Guizelini É especialista em cafés e mestre de torra. É fundador da Terrafé
Publicado em 12/11/2023 às 10h00

Um mercado em alto crescimento. Daqui a cinco anos, 10 em cada 100 brasileiros vão consumir cafés especiais. A estimativa é que o mercado consumidor no país salte dos atuais 5% para 10% (dobre), e o Espírito Santo tem tudo para ser protagonista nessa história. Segundo maior produtor de café arábica do Brasil, só atrás de Minas Gerais, nosso estado reúne as condições para ser um competidor peso-pesado na disputa pelo mercado.

Além de estarmos localizados na região Sudeste, próximo aos grandes centros consumidores, pelo fato de sermos um estado pequeno, as regiões produtoras de café estão próximas à Região Metropolitana, o que facilita a logística de entrega. A cadeia econômica do café tem uma importância fundamental para o Espírito Santo. Ela é a segunda maior do Estado e a que mais gera empregos.

O café ainda tem o diferencial da capilaridade, porque alcança o interior, sobretudo a agricultura familiar. O petróleo, por exemplo, que é a maior cadeia do Espírito Santo, se limita aos grandes centros. Nós comercializamos em Vitória, entre outros, cafés especiais de Vila Pontões, no interior de Afonso Cláudio, de uma produtora que faz parte da Associação de Mulheres Empreendedoras (Amep), um coletivo dedicado ao desenvolvimento social e à capacitação, que mobiliza e qualifica pequenas produtoras na região. Note o caminho que o café faz.

Com 5% de consumo, o Brasil ainda está muito longe de outros mercados, como os dos países nórdicos (Dinamarca e Finlândia, por exemplo), onde o consumo de cafés especiais chega a 70%. Ainda estamos na fase de aculturamento do produto, ou seja, de apresentação às pessoas, e esse movimento parte das cafeterias, torrefações e marcas de café.

Recentemente, tivemos em Vitória a Semana Nacional do Café (Coffees), que reuniu produtores e apreciadores de cafés especiais. Eventos como esse apresentam o que temos de melhor aos consumidores. Somente quando a gente disponibiliza matéria-prima de qualidade é que conseguimos fazer com que os clientes se apaixonem pelos cafés. Ainda temos muito a fazer, mas o caminho nos aponta um futuro promissor.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.