“Sonhos não envelhecem”. Tomo emprestado essa estrofe da canção escrita por Lô Borges e Milton Nascimento para iniciar este artigo.
Vivemos tempos em que falar sobre sonhos e utopias pode parecer distante da realidade dura que nos cerca diariamente. Contudo, para nós, militantes do Partido dos Trabalhadores, a utopia nunca foi sinônimo de impossibilidade, mas sim uma inspiração permanente, um horizonte político que orienta nossas ações e alimenta nossas esperanças.
É certo que o cenário do Brasil não é o mesmo do início do Partido dos Trabalhadores há 45 anos, tempo que tenho de filiado. Conquistamos grandes vitórias sociais e avançamos muito especialmente durante as gestões petistas, tanto no governo federal, quanto nos estados e municípios do país. O que antes parecia sonho, hoje é realidade.
O que é ser a primeira de uma família de domésticas a ter diploma de ensino superior senão um sonho realizado? E ter água encanada em grotões com secas históricas ou luz elétrica em um país que ainda tinha uma parte expressiva iluminado à vela? Sonhos realizados.
Éramos para estar sonhando cada vez mais alto, não fossem os retrocessos vividos na última década. Não vou esmiuçar aqui as perdas que sofremos ao longo do último governo, mas quero tratar de uma consequência grave que ele nos deixou: o pragmatismo exagerado que desfaz nossas utopias diante das adversidades do cenário político atual.
O Governo Lula 3 tem grandes feitos. Menor número de desemprego, alta no PIB e o Brasil voltou a ser uma das 10 maiores economias do mundo. O programa "Pé de meia" e a isenção do imposto de renda ajudam diretamente a classe média do nosso país. O número de pessoas em situação de fome diminuiu de 17,2 milhões em 2022 para 2,5 milhões em 2023, retirando o país do inaceitável mapa da fome. E a renda per capita domiciliar mensal é a maior desde o início da série histórica, em 2012.
Essas e outras entregas, porém, não parecem ecoar na sociedade. Ter aberto mão de apresentar para as nossas bases os sonhos que o Partido dos Trabalhadores tem para o Brasil está custando as nossas utopias.

É nesse contexto que o PT realiza mais uma edição do seu Processo de Eleições Diretas (PED), momento em que a militância é chamada a decidir os rumos do partido. Eu e a companheira Iriny Lopes dividimos a presidência da chapa “A estrela tem que brilhar” porque dividimos os mesmos sonhos.
Alguns desses sonhos são princípios que nos norteiam, outros são o caminho para realizá-los. Um deles é que o PT reencontre o seu lugar de protagonista no Espírito Santo com presença política, escuta às bases, reorganização partidária e coragem de enfrentar os desafios com os pés no chão e os olhos nesse horizonte utópico.
Queremos ver brilhar a estrela que simboliza esse sonho de país mais justo, mais democrático, mais solidário. A estrela de quem não tem medo de construir o futuro com as mãos dadas à juventude, às mulheres, à população negra, LGBTQIA+ e aos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo que fazem a história do nosso estado.
Estar ao lado de companheiros como Helder Salomão, Fabiano Contarato, Açucena, Karla Coser, Rafael Primo, Perly Cipriano, de movimentos sociais e sindicatos rurais e urbanos é uma expressão de união em torno desse sonho coletivo. Porque acreditamos que sonhar é um ato revolucionário.
Sigamos em frente. Porque os sonhos não envelhecem e a nossa estrela tem que brilhar.
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