Há alguns anos, viajar significava basicamente fazer as malas, conhecer pontos turísticos famosos, voltar para casa com fotos e algumas lembranças na mala. Mas o mundo mudou. Hoje, viajar deixou de ser apenas registrar cenários para o Instagram, passou a ser sentir. É no sentir que a experiência muda; é ela que quebra a rotina, desperta a sensibilidade e vira memória, daquelas que sustentam a gente por anos.
E não precisa viajar para longe: uma hora de estrada já é viagem. O que transforma não é a distância, é o movimento.
Quando pensamos em uma viagem inesquecível, pensamos em algo que nos transforme por dentro. E 2026 promete ser o ano em que essa mudança se consolida de vez.
O viajante contemporâneo busca mais do que um destino. Ele quer uma história. Ele quer entender culturas, sentir a natureza, viver experiências que ampliam sua visão de mundo e deixam marcas afetivas. Famílias querem criar memórias que unam gerações. Jovens buscam jornadas que alimentem sua autonomia e identidade. Mulheres e viajantes solo desejam se aventurar de forma segura e autêntica, conectando-se com quem são e com o que acreditam. Casais aspiram por descobertas compartilhadas, mais profundas do que um simples álbum de fotos pode traduzir.
Uma das grandes tendências para o próximo ano é o contato com a natureza, mas não qualquer natureza. Estamos falando de destinos que equilibram conforto, sustentabilidade e beleza bruta. Patagônia, Atacama, Bonito, Lençóis Maranhenses, Havaí, Maldivas, além da experiência quase espiritual de contemplar a aurora boreal. Ou seja, lugares onde o visual impressiona, mas o que realmente conquista é a sensação de reconexão com o essencial.
Outro movimento forte é o das experiências de hospedagem que por si só já contam uma história. Hotéis icônicos na Europa, carregados de charme, tradição e arquitetura que atravessou séculos, voltam ao topo das listas de desejos. Da mesma forma, pequenas cidades pitorescas, com seus cafés familiares, praças silenciosas e ritmo desacelerado, ganham protagonismo. São lugares que convidam à contemplação e onde cada esquina parece guardar uma memória esperando para acontecer.
E essa virada não acontece por acaso. Depois de anos em que status significava acumular objetos, os viajantes, principalmente aqueles de alto poder aquisitivo, passaram a buscar algo mais profundo: não basta ter, é preciso viver! Vivenciar culturas autênticas, percorrer destinos pouco acessíveis, viajar com tempo, calma e propósito. O novo viajante se preocupa em detalhes como reservar um trem panorâmico no pôr do sol, na quietude de um spa nos Alpes, no privilégio de desconectar para se reconectar. Grandes marcas já entenderam esse movimento e migraram do produto para a experiência, porque o futuro do viajar é exatamente sobre o que você vive.
Há também uma crescente procura por viagens motivadas por eventos, experiências únicas que nos conectam à história acontecendo ao vivo: festivais, celebrações culturais, grandes espetáculos esportivos. São jornadas que unem emoção, pertencimento e a chance de testemunhar algo que não se repete.
Mas talvez a maior mudança esteja no significado de viajar. Em 2026, não se quer apenas descanso, quer-se propósito. Quer-se voltar diferente. Viajar torna-se um gesto de presença, uma forma de colecionar sensações e não só imagens. O turismo se transforma em uma ferramenta de autoconhecimento, uma busca ativa por repertório emocional, cultural e humano. Nesse cenário, os destinos menos óbvios ganham força, porque escondem o que mais nos falta: surpresa.
Diante de tantas possibilidades, uma coisa é certa: viajar com intenção é escolher viver melhor. É planejar com carinho. É dedicar tempo àquilo que realmente importa. E, para quem tem vontade de embarcar nessa nova era do turismo, nunca foi tão importante ter uma curadoria ao seu lado, alguém que entende o que você procura e te ajuda a transformar sonhos em roteiro.
Se 2026 será o ano de viajar com propósito, a jornada começa agora: decidindo o que te move e para onde seu coração está pronto para ir.
Porque, no fim, o destino mais importante é sempre aquele que nos transforma por dentro.
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