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PMs começam a entrar nas casas durante desocupação em Vila Esperança

Publicado em 09/09/2025 às 09h30
Moradores chegaram a atear fogo em algumas casas na Vila Esperança
Moradores chegaram a atear fogo em algumas casas na Vila Esperança Crédito: Fernando Madeira

Agentes do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar (PM) começaram a entrar nos imóveis da ocupação Vila Esperança, em Vila Velha, para verificar se havia pessoas dentro das casas. A ação faz parte da reintegração de posse que acontece na manhã desta terça-feira (9). Alguns moradores atearam fogo em residências para impedir que fossem demolidas. Policiais militares — incluindo equipes da cavalaria — e da Guarda Municipal cercaram a região para cumprir a decisão judicial que determina a desocupação do terreno, alvo de disputa desde 2019.

A equipe de reportagem de A Gazeta acompanha a desocupação e apurou que pelo menos 12 oficiais de Justiça monitoram a operação no local. Apesar da tensão, nenhum confronto violento foi registrado. A líder comunitária Adriana Paranhos afirmou que muitos moradores estão desesperados diante da falta de alternativas habitacionais.

“Nossa comunidade não tem preparo para uma grande resistência, mas muitos moradores não querem sair de forma alguma”, disse. Segundo estimativas da Defensoria Pública do Estado, mais de 700 famílias vivem na ocupação. O governo do Estado e a prefeitura anunciaram, na semana passada, um aluguel social de até R$ 3,6 mil por família.

O advogado que representa as famílias, Robson Lucas, criticou a condução da desocupação. “Essa situação mostra o fracasso da política habitacional. Não há segurança para todas as famílias, e muitos não têm para onde ir. O auxílio oferecido não é suficiente”, afirmou. A reintegração foi autorizada pela 6ª Vara Cível de Vila Velha e referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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