Estagiária / greis@redegazeta.com.br
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 10:21
Empatia, escuta ativa e sensibilidade. Essas características podem até ser vistas como fraquezas por alguns, mas, segundo especialistas, são um diferencial e se tornam fatores que destacam a liderança feminina. Esses foram os temas debatidos na roda de conversa Gestão de Conflitos do Jeito d'Elas, que contou com a presença de mulheres das áreas marítima e portuária e a participação institucional do Todas Elas. O bate-papo aconteceu na última sexta-feira (31) e foi promovido pela consultora iPorts, em Vitória. >
O painel contou com a participação da diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Flavia Takafashi; a chefe regional da Antaq, Daniela Quadros; a advogada marítimo-portuária e líder regional do grupo Mulheres e Portos, Flávia Fardim; e a especialista em Direito Marítimo, Portuário, Aduaneiro e Tributário Luciana Mattar. A mediação foi feita por Elaine Silva, gerente de produto digital de A Gazeta, idealizadora do Todas Elas e a primeira mulher a se tornar editora-chefe em 90 anos do jornal.>
Para Daniela Quadros, as mulheres têm a capacidade de lidar com desafios do trabalho – e do dia a dia – de forma estratégica. “Os conflitos acontecem de muitas formas e em muitas situações. A gente precisa ter a sabedoria e o cuidado de administrar cada um deles da forma como merece. Nesse ponto, vejo que a nossa sensibilidade e, às vezes, o nosso cuidado acabam trazendo resultados muito significativos, que, talvez, do ponto de vista masculino não aconteceria”, destaca a chefe regional da Antaq.>
Elaine Silva compartilhou que essas características comuns em lideranças femininas impactou positivamente sua vida profissional quando recebeu convite para assumir um novo cargo e realizar a transição de carreira. “Como a área em que eu trabalho ainda não existia dentro da empresa e é uma ponte entre várias outras, fui escolhida por ser mulher e por ter a bagagem que tive. Mas justamente porque eu seria a única a conseguir mediar esses conflitos das áreas, já que a gerência estava sendo criada para que todo mundo conseguisse olhar para o mesmo caminho e remar todo mundo para o mesmo lado”, relembra a mediadora. >
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Entre os temas discutidos pelas especialistas, a dupla jornada e os serviços de cuidado também se destacaram como fatores que impactam diretamente na vida das mulheres, que tradicionalmente possuem mais atribuições que os homens. De acordo com Flávia Takafashi, as mulheres são criadas desde cedo para atender às expectativas da sociedade. “Sempre tinha que ajudar a minha mãe a tirar a mesa e arrumar a casa, mesmo com um irmão que tem só um ano a menos que eu. Por que só eu que tinha que fazer e não ele? Eu comecei a viver esses conflitos dentro da minha família”, afirma a diretora da Antaq, Flavia Takafashi.>
Flavia Takafashi
Diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)Elaine também destacou que esse tema precisa de mais atenção, uma vez que as mulheres ainda não têm as mesmas oportunidades que os homens. "Hoje exige-se tanto da gente esse protagonismo feminino, mas sem levar em consideração isso tudo que está por trás. Tem o pai e a mãe que a mulher cuida, os filhos... É a fase que a mulher está na vida e até a própria menopausa e outros tantos momentos ligados a fases hormonais da nossa vida e que mexem com a gente o tempo inteiro. Então, não adianta falar que esse protagonismo é igual o do homem porque não é. A gente já sai com muitos 'gaps' em relação a esse homem que foi preparado desde pequenininho para ser o que ele é: o gestor, o pai, o provedor, essa coisa toda", completa Elaine. >
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