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Veja os fatores de risco do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

Veja os fatores de risco do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

A doença ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio e nutrientes para células cerebrais, que vão diminuindo suas atividades e acabam morrendo

Publicado em 11 de março de 2024 às 16:07

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AVC: mulher com dor na cabeça
O AVCI tem tratamento, mas precisa ser iniciado o mais rápido possível. (Shutterstock)

O cérebro é formado por várias artérias. O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), também conhecido por derrame ou isquemia cerebral, acontece quando existe uma obstrução dessas pequenas artérias do cérebro. E quando essas artérias, que são vasos que levam o sangue para áreas importantes do cérebro, são entupidas, por um coágulo, por exemplo, a área para de receber o oxigênio e os nutrientes necessários. Então, elas entram em sofrimento e se não tratadas a tempo, podem morrer.

Cerca de 80% dos acidentes vasculares cerebrais, no mundo, são isquêmicos. E segundo o neurocirurgião Ulysses Batista, da Rede Meridional, a doença ocorre quando o paciente tem alguns fatores de risco que podem levar a um AVCI, entre eles: 

  • Pressão alta;

  • Diabetes;

  • Tabagismo;

  • Sedentarismo;

  • Sobrepeso;

  • Arritmia do coração;

  • Doenças genéticas relacionadas.

Aspas de citação

No decorrer dos anos, essas doenças podem causar um entupimento de veias e artérias, gerando a formação de um coágulo dentro do cérebro

Ulysses Batista
Neurocirurgião
Aspas de citação

Outro fator de risco importantíssimo é quando o paciente possui aterosclerose, placas de gordura na carótida, também conhecida como colesterol alto. Com o tempo, uma dessas placas de gordura podem se soltar, limitando o fluxo de sangue. Ou então, em uma arritmia, pode sair um coágulo do coração e entupir um vaso sanguíneo cerebral.

O médico explica que uma forma rápida e eficiente de se lembrar dos sintomas é a palavra “SAMU”.

  • Sorrir: peça para a pessoa sorrir e veja se a boca fica torta, pois acontece um desvio de rima bucal;

  • Abraço: peça para a pessoa dar um abraço e veja se um dos braços está fraco, não consegue levantar um braço, acontece uma hemiparesia ou hemiplegia;

  • Música: peça para a pessoa cantar e veja se tem dificuldade para falar, fala arrastada ou a palavra nem sai.

  • Urgência: tendo qualquer um desses sintomas, é um sinal de urgência e deve-se procurar atendimento médico rápido.

“É importante agir rápido caso alguém esteja apresentando esses sinais, pois quanto mais rápido receber ajuda médica, melhores são as chances de recuperação”, alerta.

Entenda os tratamentos 

O AVC Isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio e nutrientes para células cerebrais, que vão diminuindo suas atividades e acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O especialista lembra que tempo é cérebro.

“Então, temos que tentar salvar esse cérebro, antes dos neurônios morrerem. Por isso, temos as terapias de urgência dentro do hospital exatamente para tentar salvar essa região que está sofrendo antes da célula morrer”.

O AVCI tem tratamento, mas precisa ser iniciado o mais rápido possível, assim que o diagnóstico for confirmado. Por isso é importante o paciente saber identificar quais os sintomas da doença.

“Existem medicamentos que ajudam a afinar o sangue, com o objetivo de diluir o coágulo que está causando o AVCI. Porém, o mais importante é que o paciente procure atendimento no hospital. Porque até 4h30 do início dos sintomas temos como fazer uma trombólise venosa, quando infundimos o remédio na veia, que age no coágulo que está entupido, e o dissolve. Claro, que esse método tem suas indicações e contraindicações, porém é considerado eficiente se for realizado nesse período, esclareceu”.

Os médicos podem, ainda, realizar a trombectomia mecânica, quando são utilizados cateteres, por dentro da perna, para conduzir um dispositivo até os vasos sanguíneos, chegar no coágulo e retirá-lo. Segundo estudos, é indicado o prazo de até 24 horas para fazer esse procedimento, mas com vários critérios. É importante, ainda, que o paciente saiba quais hospitais estão preparados para o atendimento dos sintomas de AVC, pois nem todos estão.

O neurocirurgião explica que o AVC hoje é a segunda principal causa de mortalidade no Brasil. E a principal causa de morbidade, pois deixa alguma sequela. Se o paciente não identifica os sinais de AVC, não procura ajuda rápida, aquela área do cérebro que entrou em sofrimento, vai morrer. Ela vai perder sua funcionalidade.

“Então, um paciente que teve um AVCI e não procurou atendimento, provavelmente terá uma lesão, que vai gerar uma sequela. Algo, que geralmente, tem melhora, mas não tem cura. O paciente, por exemplo, vai parar de falar. Se a área que coordena os movimentos do lado direito perde sua funcionalidade, ele vai parar de mexer o lado direito. E dependendo do tamanho e da extensão, a sequela não tem cura. Não tem como voltar a ter funcionalidade. Por isso é difícil falar em cura do AVCI”, avaliou.

O médico alerta que 90% dos casos de AVC podem ser evitados. E uma das formas de prevenção é o controle dos fatores de risco. “Temos que controlar a pressão alta, diabetes, doenças do colesterol, como a estenose de carótidas com placas de gordura, tabagismo, arritmias do coração, fibrilação atrial, sedentarismo associado ao sobrepeso e o etilismo em excesso. Se o paciente controlar esses fatores, certamente vai prevenir o risco de ter AVC isquêmico e outras doenças vasculares, como o infarto do coração. Lembre-se, o AVC é uma doença séria, mas a informação e a ação rápida podem fazer uma enorme diferença”.

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