Além das cores exuberantes e do desenvolvimento de alimentos ricos em fibras e minerais, é também durante a primavera que algumas doenças costumam se disseminar com maior facilidade. Devido às mudanças climáticas causadas pela transição entre inverno e verão, além da maior presença de pólen no ar, pessoas alérgicas podem sentir a chegada da nova estação.
Neste cenário, rinites, asmas e conjuntivites são os quadros que costumam prevalecer. Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti e quadros infecciosos, como catapora e escarlatina, também podem se proliferar, segundo a pediatra, alergista e imunologista Larissa Perim.
"Para pessoas alérgicas, siga as orientações do seu médico, mantendo o uso de medicamentos prescritos, como antialérgicos ou corticosteroides, para controlar os sintomas. Não interrompa o tratamento sem orientação médica, especialmente em épocas de maior risco como a primavera", destaca.
No caso da rinite alérgica, os principais sintomas são espirros frequentes, coriza, coceira no nariz e olhos lacrimejantes. Dificuldade para respirar e chiado no peito podem sinalizar crises de asma. A melhor dica é manter os ambientes sempre ventilados e limpos, evitando o acúmulo de poeira. A limpeza regular de filtros de ar-condicionado com panos úmidos também ajuda a evitar a dispersão de alérgenos no ar.
Os principais sintomas da catapora e da escarlatina são febre alta, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo e mal-estar geral. Para preveni-las, a dica é evitar aglomerações e higienizar as mãos regularmente. Manter a vacinação em dia também é essencial.
No caso de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, os sinais de alerta são febre alta, dores no corpo e articulações, além de manchas vermelhas na pele e dor atrás dos olhos. O mais importante para afastar o risco de desenvolver as doenças é evitar a proliferação do mosquito. Para isso, é preciso eliminar focos de água parada, limpe terrenos e retire entulhos e folhas que possam acumular água. Além disso, use repelentes, mosquiteiros e roupas longas para reduzir o risco de picadas.
É também durante a primavera que algumas doenças oculares costumam aparecer com maior frequência. Entre elas, a conjuntivite. Caracterizada como uma inflamação da membrana transparente que cobre a parte branca dos olhos e a parte interna das pálpebras, a doença pode ser causada por infecções de vírus, bactérias, fungos ou protozoários. Também podem ter causa alérgica ou química.
Especialmente na primavera, as conjuntivites alérgicas costumam prevalecer, devido à proliferação de pólen no ar. Diferente das conjuntivites infecciosas, o quadro é causado por algum alergênico, como ácaro, e costuma se repetir com frequência em pacientes alérgicos, sem perigo de ser transmitida.
"Durante a primavera, há maior número de partículas de pólen no ar, além disso, é uma época que venta mais e causa dispersão de partículas de poeira no ar. Essas partículas que ficam em suspensão no ar entram em contato com os olhos e desencadeiam alergias e irritações. Então, pessoas alérgicas e pessoas que trabalham em ambiente aberto e com mais poeira, podem usar colírio lubrificante com mais frequência e em caso de crise, colírio de antialérgico", explica a oftalmologista Iara Tavares.
Segundo a médica, os sintomas da conjuntivite costumam aparecer nos casos infecciosos. Vermelhidão ocular, sensação de corpo estranho, secreção, edema e fotofobia são alguns dos sinais.
No caso das conjuntivites alérgicas, o que prevalece é a coceira nos olhos. Vermelhidão e secreção também podem aparecer nesse caso, assim como lesões nas córneas, em casos mais severos. Quanto à conjuntivite química, os principais sintomas são ardência e vermelhidão.
Ainda na análise da oftalmologista, o tratamento depende da causa da conjuntivite. Quando são casos de conjuntivites virais, colírios de anti-inflamatório e lubrificantes ajudam a amenizar os sintomas. Já em casos de infecções bacterianas, antibióticos podem ser administrados, a depender da orientação médica. Quanto às conjuntivites causadas por fungos e protozoários, a médica indica colírios específicos.
No caso das conjuntivites alérgicas, mais comuns nesta época do ano, colírios antialérgicos e lubrificantes aliviam os sintomas. Nas conjuntivites químicas, evitar a exposição ao agente causador é essencial, além de administrar o uso de lubrificantes oculares.
Em caso de quadro de conjuntivite infecciosa, a médica alerta para os cuidados para evitar a transmissão da doença, como evitar contato com outras pessoas, não compartilhar itens pessoais e reforçar a higiene das mãos. "Principalmente de causa viral, ela é transmissível, sim", destaca.
Os óculos escuros, assessório comumente utilizado por quem apresenta quadros de conjuntivite, não ajuda a evitar a transmissão, mas contribuem para diminuir a incidência de luz nos olhos, trazendo mais conforto. O conforto também pode ser estético para quem não quer mostrar o aspecto vermelho e inchado dos olhos.
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