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Gummy de tadalafila funciona? Entenda os riscos da bala usada para disfunção erétil

Gummy de tadalafila funciona? Entenda os riscos da bala usada para disfunção erétil

Quando usada sem necessidade clínica e orientação médica, pode gerar dependência psicológica e até mesmo efeitos colaterais indesejados como dor de cabeça, dor nas pernas, vermelhidão na face, dor de estômago

Publicado em 20 de maio de 2025 às 10:00

Embalagem da bala gummy proibida pela Anvisa
Embalagem da bala gummy proibida pela Anvisa Crédito: Reprodução / Redes sociais

A bala gummy de tadalafila, comercializada em algumas lojas físicas e on-line como uma goma que promete aumentar a vascularização do pênis e melhorar a performance durante as relações sexuais, teve sua comercialização proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana. 

Uma resolução proíbe a distribuição, fabricação, manipulação, propaganda e uso de todos os lotes do medicamento Metbala, à base de tadalafila. A bala, usada para disfunção erétil, é produzida pela empresa FB Manipulação Ltda., sediada em Mogi Guaçu (SP). Em nota, a agência reguladora destacou que a medida foi adotada porque o produto não tem qualquer tipo de regulação.

O produto passou a ser utilizado de forma indiscriminada por homens jovens e saudáveis, e essa prática, que parece inofensiva, esconde sérios riscos para a saúde. O urologista Thales Mendes, do Hospital Santa Rita, explica que a tadalafila é um fármaco originalmente desenvolvido para o tratamento da disfunção erétil.

“Ela age relaxando os vasos sanguíneos e facilitando o fluxo de sangue para o pênis. Com isso, favorece a ereção em pessoas com dificuldades sexuais. Porém, quando usada sem necessidade clínica e orientação médica, pode gerar dependência psicológica e até mesmo efeitos colaterais indesejados como dor de cabeça, dor nas pernas, vermelhidão na face, dor de estômago, entre outros” alerta. 

“Apesar de não ter necessidade de prescrição médica, a pessoa deve comprar a substância numa farmácia e não em uma loja que vende balas, suplementos ou afins. Não podemos banalizar os medicamentos”, diz o urologista.

Ele acrescenta que a tadalafila é um inibidor da fosfodiesterase tipo 5, que é uma substância para tratamento da disfunção erétil. “Apesar de ter efeito preferencial na parte genital, na musculatura dos vasos do pênis para facilitar ereção, ela também pode agir sistemicamente e ser perigosa para pessoas com problemas cardiológicos”, enfatizou o especialista. “É preciso que as pessoas saibam dos riscos, dos benefícios e dos possíveis efeitos colaterais antes de fazer uso da substância". 

Prescrição médica

Segundo o urologista Fernando Chagas, da clínica Unifert, embora a substância possa ter efeito real no organismo, seu uso na forma de bala é proibido e pode representar sérios riscos à saúde. “Se a concentração da substância absorvida pelo organismo for adequada, pode sim causar os efeitos esperados, como o aumento do fluxo sanguíneo e melhora da ereção. No entanto, a formulação em bala não é autorizada pela Anvisa e seu uso deve ser evitado”, explica o médico.

A tadalafila pertence ao grupo dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5, agindo no corpo por meio da vasodilatação, o que aumenta o fluxo sanguíneo na região peniana e facilita a ereção após estímulo sexual. A substância é indicada para homens com disfunção erétil, mas exige prescrição e acompanhamento médico.

Qualquer homem pode usar, desde que esteja atento às contraindicações e utilize o medicamento sob orientação. Toda medicação é uma droga e deve ser usada com cautela

Fernando Chagas

Urologista

Entre os efeitos adversos mais comuns da tadalafila estão dor de cabeça, rubor facial, dores musculares, indigestão e priapismo — condição rara, mas grave, de ereção prolongada e dolorosa. O uso também pode interagir com outros medicamentos, tornando essencial a avaliação médica antes do início do tratamento.

O urologista reforça ainda que não há comprovação científica de que a tadalafila contribua para o ganho de massa muscular, outro argumento frequentemente usado em propagandas não regulamentadas.

“Infelizmente, o apelo fácil e promessas milagrosas fazem com que muitos homens busquem alternativas perigosas sem orientação adequada. A automedicação, especialmente com produtos sem registro, coloca a saúde em risco”, finaliza Fernando Chagas.

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