Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 09:00
Quando o termômetro sobe, o desconforto também aumenta. É que um vilão silencioso se intensifica durante os dias quentes do verão: a diarreia. Por que isso acontece? As altas temperaturas favorecem a proliferação de micro-organismos e a má conservação dos alimentos transformam a estação em palco para possíveis surtos, que afetam milhares de pessoas.
A diarreia é caracterizada pela evacuação frequente de fezes líquidas ou pastosas e pode vir acompanhada de dor abdominal, especialmente tipo cólica, febre e mal-estar geral. “Embora o calor não seja uma causa direta da diarreia, ele cria condições favoráveis para a proliferação de vírus e bactérias e com isso a deterioração de alimentos e água, o que pode resultar em contaminação e, consequentemente, infecções gastrointestinais. Essa situação é comum durante períodos de altas temperaturas, quando o armazenamento e a manipulação inadequada dos alimentos se tornam mais frequentes”, explica a gastroenterologista Ana Paula Hamer, da Reuma.
Segundo ela, os sintomas mais comuns da diarreia incluem a evacuação frequente de fezes líquidas, sensação de urgência para evacuar, cólicas e dor abdominal. Em alguns casos, pode haver febre, náuseas e vômitos, além de sinais de desidratação, como sede intensa, boca seca, diminuição da produção de urina e cansaço. “Essa perda rápida de líquidos e eletrólitos torna a desidratação uma preocupação significativa, especialmente em crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido”, ressalta.
A médica destacou ainda que, além do calor, diversos fatores podem desencadear a diarreia, como infecções causadas por vírus, bactérias ou parasitas, intoxicações alimentares, alergias e intolerâncias alimentares (como a intolerância à lactose), efeitos colaterais de medicamentos e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa.
“Diante disso, é fundamental adotar medidas preventivas para evitar a ocorrência da diarreia. Entre essas medidas, a lavagem frequente das mãos, principalmente antes das refeições e após utilizar o banheiro, o consumo de alimentos e água de fontes seguras”, orienta a médica.
Ana Paula Hamer
GastroenterologistaNo que diz respeito ao tratamento, a prioridade é a reposição de líquidos e eletrólitos para prevenir a desidratação. “Em casos leves, uma hidratação oral associada a uma dieta leve com alimentos de fácil digestão costuma ser suficiente. Isto também porque a grande maioria das diarreias agudas são de causa infecciosa, em especial de etiologia por vírus, sendo desta forma autolimitadas, ou seja, melhorarão em pouco tempo (horas a poucos dias), independente do uso de medicamentos", diz Ana Paula Hamer.
Entretanto, em situações mais graves ou persistentes, pode ser necessário o uso de medicamentos para controlar os sintomas ou, em casos de infecção bacteriana, a administração de antibióticos sob orientação médica”.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta