Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 18:04
Com o retorno do calor e a lotação das quadras de areia, o beach tennis, que já reúne mais de 1,1 milhão de praticantes no Brasil, segundo a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), volta a liderar a busca por atividades ao ar livre. O crescimento acelerado do esporte, porém, trouxe um aumento proporcional nos atendimentos por lesões, especialmente entre iniciantes e pessoas sem preparo físico adequado. >
O estudo “Perfil epidemiológico dos praticantes de beach tennis da Grande Florianópolis – Santa Catarina/Brasil”, realizado com 140 praticantes, mostrou que cerca de 30% já sofreram algum tipo de lesão, quase metade delas nos membros inferiores. A combinação de terreno instável, movimentos rápidos e fadiga muscular cria o cenário perfeito para torções e rupturas ligamentares. >
“A superfície é irregular, aumenta a instabilidade e acelera a fadiga muscular. Em movimentos de giro, a areia pode travar a perna e predispor à ruptura do ligamento cruzado anterior no joelho”, explica o ortopedista Marco Demange, especialista em cirurgia do joelho do Hospital Vila Nova Star. >
O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos mais afetados no beach tennis. Sua função é estabilizar o joelho durante movimentos de rotação, frequentes no esporte. “Nas primeiras horas depois da torção, o joelho geralmente incha, a pessoa sente que ele ‘não firma’ e o inchaço pode voltar”, aponta Marco Demange. >
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Em rupturas completas, a cirurgia costuma ser indicada para quem quer manter a prática esportiva. Ignorar a lesão, segundo o médico, pode agravar o quadro: “Manter a atividade física sem corrigir o problema aumenta a chance de novos entorses e de danos aos meniscos e à cartilagem”. >
Além do joelho, também são comuns entorses de tornozelo (por causa da instabilidade da areia) e tendinites no ombro e no cotovelo, associadas à falta de fortalecimento. “Sem preparo da musculatura estabilizadora, os tendões ficam sobrecarregados”, afirma. >
Abaixo, confira algumas dicas para praticar o beach tennis de forma segura e reduzir o risco de lesões. >
O fortalecimento da musculatura estabilizadora é essencial. “Ele evita que o joelho vire para dentro durante o movimento, o chamado valgo dinâmico”, explica Marco Demange. >
Preparar o corpo reduz o risco de entorses e sobrecarga articular, enquanto o alongamento ajuda na recuperação muscular. >
Aulas com instrutores qualificados garantem técnica adequada, especialmente para iniciantes ou para quem quer evoluir sem riscos. >
A fadiga muscular aumenta muito o risco de lesões, principalmente nas trocas rápidas de direção. Intervalos e moderação ajudam a prevenir problemas. >
Dor persistente, instabilidade e inchaço não devem ser ignorados. Esses sintomas exigem avaliação médica antes de voltar às quadras. >
“Beach tennis é um esporte excelente, mas exige cuidados. Quando o jogador entende seus limites e prepara o corpo, o risco de lesão cai muito. A regra é simples: sentir dor não é normal. Qualquer sinal diferente merece avaliação”, finaliza o especialista do Vila Nova Star. >
Por Samara Meni >
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