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Linfoma de Hodgkin: entenda o câncer de Caio Ribeiro

Linfoma de Hodgkin: entenda o câncer de Caio Ribeiro

O Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas foi celebrado nesta quarta-feira, dia 15 de setembro; médica Lorraine Juri reforça a importância do diagnóstico precoce

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 02:00

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Caio Ribeiro fala sobre câncer:
Caio Ribeiro fala sobre câncer: "Ou você lamenta ou você enfrenta". (Reprodução | Redes sociais)

No início deste mês, o ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Caio Ribeiro anunciou nas redes sociais que está com câncer. As plataformas digitais foram tomadas por comoção com a notícia, e o profissional recebeu carinho e mensagens de apoio de colegas de imprensa e dos internautas em geral.

Caio foi diagnosticado com um linfoma de Hodgkin após descobrir um pequeno caroço na região do pescoço. "A boa notícia é que ele tem 95% de (chance de) cura e meu corpo está respondendo muito bem ao tratamento. Já estou na penúltima sessão de quimioterapia, estou forte, com a cabeça boa", disse o comentarista, que tem 46 anos.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o linfoma ou doença de Hodgkin é um tipo de câncer que tem origem no sistema linfático, conjunto de órgãos e tecidos espalhados pelo corpo responsáveis por produzir e amadurecer as células de defesa do organismo. Formado por vasos e gânglios, ele também drena e filtra o excesso de líquido do corpo.

“Os sintomas se manifestam com a presença de linfonodos, que se apresentam como caroços ou ínguas nas regiões do pescoço, axilas e virilha. A alteração costuma ser lenta e indolor. Dependendo de onde o câncer está localizado, o paciente pode ainda ter febre, perda de peso, fraqueza e aumento do volume do abdômen”, explica Lorraine Juri, médica do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV).

De acordo com a especialista, o diagnóstico do linfoma de Hodgkin é feito através de biópsia. A médica explica ainda que a doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna e se multiplica de maneira descontrolada.

"Essas células malignas começam a produzir clones nos linfonodos e, com o passar do tempo, podem se disseminar para tecidos próximos. Se essas células não forem tratadas, podem atingir outras partes do corpo", completa a especialista.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o linfoma de Hodgkin em dois grupos: linfoma de Hodgkin clássico e linfoma de Hodgkin de predomínio linfocitário nodular (5% dos casos).

Existe ainda o linfoma não-Hodgkin, mas segundo Lorraine Juri, embora os sintomas sejam semelhantes, eles são diferentes. “A diferença entre eles está na característica das células encontradas no tumor. Somente após a biópsia é possível fazer a diferenciação”, explica.

IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE

O Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas é lembrado todo dia 15 de setembro, e Lorraine Juri reforça a importância do diagnóstico precoce. "Quanto mais cedo a doença for descoberta, maiores as chances de cura. Ao perceber um caroço ou íngua no pescoço, na axila ou na virilha, desconfie. Procure um médico, investigue", disse a médica.

Caio Ribeiro contou que descobriu o câncer bem no início, durante uma sessão de fisioterapia preventiva para o joelho. Segundo ele, a profissional que o acompanha observou que havia um caroço no pescoço dele durante um alongamento. "Fui até o hospital, fiz exames, punções e saiu o diagnóstico: linfoma de Hodgkin".

Segundo Lorraine Juri, a quimioterapia e a radioterapia são as duas principais formas de tratar o linfoma de Hodgkin. O tratamento leva em conta fatores como idade da pessoa, estado clínico geral, tipo e localização do linfoma.

"Os tratamentos mais comuns para os linfomas são as quimioterapias, radioterapias e transplantes de medula, mas o paciente que faz acompanhamento médico rotineiro e tem a detecção rápida, passa por esses processos de forma mais leve e com um percentual elevado de cura", completa o hematologista da Medquimheo, Wesley Lemgruber.

Este tipo de câncer pode ocorrer em qualquer faixa etária, sendo mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais), de acordo com o Inca. Os homens têm maior propensão à doença do que as mulheres. No país, 2.640 novos casos são diagnosticados por ano.

Wesley Lemgruber alerta que fumantes têm 50% a mais de chance de desenvolver um linfoma e destaca importância de deixar esse hábito. Visitar o médico regularmente, realizar exercícios e manter uma alimentação saudável, são atitudes essenciais e que ajudam na prevenção.

"Não há uma forma específica de prevenir um linfoma, mas ter uma rotina saudável pode ajudar a evitar a doença. Além da importância de se atentar aos sintomas, principalmente os que vierem acompanhados de pequenas glândulas, como fortes dores de cabeça, suor excessivo durante a noite, náuseas, vômitos, perda de peso sem motivo aparente, tosse ou dificuldade para respirar", ressalta o hematologista.

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