> >
Conheça o flexitarianismo: um vegetarianismo mais flexível

Conheça o flexitarianismo: um vegetarianismo mais flexível

Quem segue a tendência é vegetariano na maior parte do tempo, mas como carne eventualmente em algumas refeições

Publicado em 27 de abril de 2018 às 22:44

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Conheça o novo estilo alimentar para quem quer comer carne de uma forma mais saudável . (Pinterest )

Como consequência de uma tendência mundial de conscientização e sustentabilidade, tem crescido o número de pessoas que resolveram retirar a carne da alimentação diária. Para algumas pessoas, no entanto, eliminar completamente a proteína animal de certas refeições é muito difícil. O "flexiarianismo" pode ser a solução para essas pessoas.

O flexitarianismo, se traduz como a junção dos termos "Vegeterianismo" e "Flexível". Dessa forma, flexitariana é a pessoa que pratica o vegetarianismo na maior parte do tempo, mas faz sua dieta de forma adaptável, incluindo a carne em apenas algumas refeições.

Um artigo sobre esse novo estilo alimentar já foi publicado no "Journal of Obesity and Metabolic Disorders" - como forma de recomendar um consumo controlado de carnes. De de acordo com o Insituto Americano de Investigação do Câncer, quem segue uma dieta flexitariana pode reduzir em até 40% as chances de desenvolver câncer.

A médica Marcia Rocha, pós-graduada em nutrologia, aponta o regime alimentar como uma tendência mundial, que pode trazer benefícios para a saúde. "Os motivos que levam uma pessoas a praticar o flexitarianismo são: maior preocupação com a saúde, preservação do meio ambiente e o bem estar dos animais. Estudos científicos também mostram que pessoas que diminuíram a carne vermelha e as carnes processadas - salsicha, salaminho, hambúrguer - obtiveram menor incidência de câncer, e ainda perderam gordura corporal, por consumirem alimentos mais naturais e menos calóricos", afirmou ela.

A universitária Maria Carolina Magalhães, se encaixa nesse perfil. Ela diminuiu o seu consumo de carne há cinco meses, mas ainda come peixes e camarão em algumas refeições. "O que me motivou a mudar minha alimentação foi conhecer um pouco mais sobre os inúmeros malefícios da indústria de carne para o meio ambiente e saber melhor sobre o processo de produção dos animais", explicou a estudante.

Ela ainda comenta sobre os benefícios adquiridos após a redução da proteína animal em sua alimentação. "Depois que decidi reduzir o consumo de carne, passei a experimentar coisas novas que antes me negava a comer, e me preocupar mais com os nutrientes que existem em cada alimento. Além disso me sinto mais disposta no dia-a-dia" contou Maria.

Já é comprovado que a diminuição da carne na dieta traz muitos benefícios à saúde, porém é preciso consultar um especialista antes de se iniciar nessa jornada, de forma que a proteína diária necessária ao organismo não seja substituída por outros nutrientes que podem fazer mal a saúde. "Se houver deficiência de proteína na dieta, o paciente pode ter alterações cutâneas, queda de cabelos, fraqueza muscular, baixa imunidade e alterações no sistema nervoso. Por isso, quando diminui-se a quantidade de proteínas de origem animal deve-se aumentar a quantidade de proteína vegetal" explicou Marcia Rocha.

A nutricionista Estela Reginatto esclarece, ainda, que é possível manter uma dieta com objetivos nutricionais específicos, como por exemplo ganhar massa muscular ou perder gordura, ingerindo menos ou até nenhum tipo de carne. Para isso, ela indica fazer o uso de alguns suplementos ricos em proteínas de origem vegetal. "Seguir uma dieta regrada sem a ingestão diária de carne é totalmente possível, com alcance de resultados rápidos e satisfatórios" disse.

Para quem quer entrar nesse novo estilo de alimentação, algumas dicas são válidas. "Consumir carnes bem cozidas, evitar as cruas ou muito bem passadas. Dar preferência para criadores locais e de boa procedência. Consumir alimentos orgânicos e o mais natural possível e procurar um profissional especializado para montar uma dieta com as substituições em qualidade e quantidade adequada" indicou Márcia Rocha.

Este vídeo pode te interessar

Alguns alimentos de origem vegetal ricos em proteínas:  Tofú, feijão, arroz integral, lentilhas, quinoa, spirulina, grão de bico, ervilha, edamame, cogumelos. Vale lembrar que alguns alimentos devem ser combinados entre si na dieta para garantir uma quantidade de proteínas necessárias ao organismo.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais