Publicado em 12 de maio de 2025 às 06:39
O primeiro teste comparativo de dois medicamentos de sucesso para perda de peso mostrou que o Mounjaro (tirzepatida), da farmacêutica Eli Lilly, é mais eficaz que o seu concorrente Wegovy (semaglutida), da Novo Nordisk.>
Os dois remédios levaram a uma perda de peso substancial, mas a redução de 20% com o Mounjaro, após 72 semanas de tratamento, superou os 14% do Wegovy, de acordo com os resultados do estudo.>
Os pesquisadores que lideraram a comparação afirmaram que ambos os medicamentos tiveram um papel no tratamento da obesidade, mas o Mounjaro pode ajudar mais aqueles que precisam perder uma quantidade maior de peso.>
Tanto Mounjaro quanto Wegovy "enganam" o cérebro e dão uma sensação de saciedade. >
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Assim, o paciente come menos e, em vez disso, queima a gordura armazenada no corpo. >
Mas diferenças sutis em como eles funcionam explicam a diferença na eficácia.>
O Wegovy imita um hormônio liberado pelo corpo após as refeições para ativar um sinalizador químico da saciedade no cérebro. >
Já o Mounjaro ativa duas dessas substâncias que atuam no sistema nervoso. >
A nova pesquisa, que foi financiada pela Eli Lilly (a fabricante do Mounjaro) envolveu 750 pessoas obesas, com peso médio de 113 kg.>
Elas foram selecionadas para tomar a maior dose que pudessem tolerar de um dos dois medicamentos.>
Os resultados, apresentados no Congresso Europeu sobre Obesidade, que acontece em Málaga, na Espanha, e publicados no periódico no New England Journal of Medicine, mostraram:>
O médico Louis Aronne, que conduziu o estudo no Centro de Controle de Peso da Weill Cornell Medicine, em Nova York, nos EUA, concluiu que "a maioria das pessoas com obesidade se sairá bem com a semaglutida (Wegovy)". >
"Aqueles com níveis mais altos de obesidade podem, em última análise, se sair melhor com a tirzepatida (Mounjaro)", comparou ele.>
Tanto o Wegovy quanto o Mounjaro estão aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e podem ser prescritos pelos médicos no tratamento da obesidade.>
A tirzepatida, aliás, chegou efetivamente às farmácias brasileiras no início de maio, apesar de já estar liberada desde outubro de 2023.>
Por enquanto, esses fármacos não estão disponíveis da rede pública, embora já existam discussões preliminares sobre a eventual incorporação delas no Sistema Único de Saúde (SUS).>
Quem precisa fazer o tratamento, portanto, precisa pagar do próprio bolso um valor que supera os R$ 1,2 mil por mês. >
Vale lembrar que, como a obesidade é uma doença crônica, esses remédios precisam ser tomados de modo contínuo, sem interrupção. >
Desde abril, a Anvisa também mudou as regras sobre a prescrição das chamadas "canetas emagrecedoras": a partir de agora, as receitas médicas precisarão ser retiradas nas farmácias. >
O objetivo é aumentar o controle do uso dessas substâncias e, segundo a agência, "proteger a saúde coletiva do consumo irracional" dessas medicações.>
Uma enorme quantidade de pesquisas sobre medicamentos para perda de peso ainda está em andamento. >
Diferentes grupos de pesquisa testam doses mais altas desses remédios e novas formas de fazer o tratamento, como por meio de comprimidos orais. >
Há também a possibilidade de outros princípios ativos ainda mais potentes chegarem ao mercado nos próximos anos. >
Isso significa que o vencedor final das terapias contra a obesidade ainda não foi determinado.>
O professor Naveed Sattar, da Universidade de Glasgow, na Escócia, afirma que a quantidade de pesquisas em andamento significa que podemos estar nos aproximando do ponto em que "a prevenção da obesidade também poderá ser possível". >
No entanto, segundo ele, "seria muito melhor" tornar a sociedade mais saudável para evitar que mais pessoas desenvolvam a obesidade.>
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