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Sobe para 157 o número de mortos após enchentes na Europa

Sobe para 157 o número de mortos após enchentes na Europa

Ainda há centenas de desaparecidos, e o tom das autoridades alemãs é de lamento diante do pior desastre natural a atingir o país em mais de meio século

Publicado em 17 de julho de 2021 às 13:52

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Imagens aéreas de Erftstadt-Blessem, na Alemanha, após inundação
Imagens aéreas de Erftstadt-Blessem, na Alemanha, após inundação. (Divulgação/ Rhein-Erft-Kreis)

A busca de sobreviventes das inundações provocadas pelas chuvas sem precedentes na Europa continuam neste sábado (17), enquanto o número de mortes na Alemanha e na Bélgica, os dois países mais atingidos, subiu para 157.

Ainda há centenas de desaparecidos, e o tom das autoridades alemãs é de lamento diante do pior desastre natural a atingir o país em mais de meio século. Ao menos 133 pessoas morreram na Alemanha, nos estados de Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado; outras 24 morreram na Bélgica.

Em Wassenberg, perto de Colônia, 700 pessoas tiveram que deixar suas casas durante a noite desta sexta-feira (16) devido ao risco de rompimento de uma barragem. Segundo o prefeito da cidade, os níveis de água têm baixado, mas ainda é muito cedo para declarar os moradores fora de perigo, motivo pelo qual ele classificou o trabalho das autoridades locais de "cautelosamente otimistas".

No oeste do país, perto da fronteira com a Bélgica, a barragem Steinbachtal continua sob risco de rompimento, e cerca de 4.500 pessoas foram obrigadas a abandonar a região.

"Lamentamos com aqueles que perderam amigos, conhecidos, parentes", disse o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, durante uma visita a Erfstadt, na Renânia do Norte-Vestfália, onde ao menos 43 pessoas morreram. Segundo ele, ainda levará semanas até que todos os danos causados pelas inundações sejam avaliados, o que deve demandar vários bilhões de euros.

Armin Laschet, premiê do estado e candidato à sucessão da primeira-ministra Angela Merkel, disse que deve iniciar nos próximos dias a articulação para viabilizar o apoio financeiro prometido aos afetados pela tragédia. Ele definiu o cenário como uma "catástrofe de magnitude histórica".

Aos poucos, os moradores que tiveram que sair às pressas de suas casas ameaçadas pela água estão voltando, e muitos encontram um cenário desolador: casas destruídas, com paredes arrancadas pela força das enchentes, árvores caídas, veículos revirados, estradas e pontes intransitáveis e cortes no abastecimento de água potável e energia elétrica.

Na Bélgica, foram confirmadas ao menos 24 mortes, e cerca de 20 pessoas ainda estão desaparecidas. "Infelizmente, temos que presumir que esse número continuará a aumentar nas próximas horas e dias", disse o centro nacional de gerenciamento de crises por meio de um comunicado.

A Holanda também foi atingida pelas fortes chuvas, mas até este sábado as autoridades não registraram mortes. Os serviços de emergência, no entanto, continuam em alerta máximo, pois o transbordamento de rios ainda ameaça cidades e vilas, principalmente na província de Limburg, no sul do país.

Dezenas de milhares de moradores da região foram evacuados nos últimos dois dias, enquanto soldados, bombeiros e voluntários seguiram trabalhando freneticamente para reforçar diques e tentar conter, de alguma forma, as inundações.

Além da tragédia imediata, as chuvas sem precedentes dispararam um alerta sobre o perigo das mudanças climáticas. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o aumento das temperaturas em nível global gera um acúmulo de energia na atmosfera que se dissipa por meio de eventos climáticos extremos, que tendem a se tornar cada vez mais poderosos e mais frequentes.

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