Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 07:44
Eleito presidente do Chile, o candidato de direita José Antonio Kast tem um histórico de declarações críticas ao presidente Lula e favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.>
Com 95% dos votos apurados, ele teve 58% dos votos, ante 41% da adversária comunista Jara.>
Em 2018, ao comentar a decisão de Bolsonaro de nomear o então juiz Sérgio Moro para o cargo de ministro da Justiça, Kast afirmou que "Lula é corrupto, não uma vítima" — Lula tinha sido preso por decisão de Moro.>
"A elite de esquerda ainda não entendeu nada: nomear o juiz Moro não é uma recompensa, mas uma decisão política para combater a corrupção de forma rigorosa. Uma recompensa seria nomear juízes que não cumprissem suas funções, como aconteceu no Chile", escreveu ele no X. >
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O texto era em resposta a uma publicação da senadora Gleisi Hoffmann, que chamou a nomeação à época de "farsa do século" e disse que Bolsonaro só conseguiu se eleger porque Lula "foi injustamente condenado e impedido de concorrer pelo próprio juiz Sérgio Moro.">
Em outra publicação, em 2019, Kast criticou a decisão de políticos chilenos de recusar um almoço oficial com o então presidente Jair Bolsonaro, no Brasil.>
"Decisão vergonhosa dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados de não comparecerem ao almoço de Estado com o presidente do Brasil. Eles ainda não superaram a derrota e o fato de Lula continuar preso por corrupção!", escreveu no X.>
Em 1º de outubro de 2022, durante as eleições presidenciais brasileiras, Kast publicou um vídeo na mesma rede social em que elogiou o primeiro mandato de Bolsonaro e voltou a atacar Lula.>
"Neste domingo, os brasileiros terão que escolher entre continuar no caminho do progresso ou retornar ao governo corrupto e fracassado de Lula.">
Segundo Kast, "o Brasil recuperou o crescimento econômico, a segurança e a liberdade sob a liderança de Jair Bolsonaro".>
As críticas continuaram depois de Lula ter sido eleito. Em março de 2024, por exemplo Kast diz que organizações criminosas da Venezuela, Peru, México, Colômbia e agora Brasil estão estabelecidas no Chile. "Será que o país se tornará parte da grande República Bolivariana que a esquerda busca promover?".>
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O eixo central da campanha de Kast girou em torno dos temas de segurança e imigração. O ultradireitista articulou seu discurso em torno da ideia de um "governo de emergência", para enfrentar o aumento da criminalidade.>
Kast propôs a construção de prisões de segurança máxima, aumento das penas para os infratores da lei, uma revisão da forma de aplicação de legítima defesa e a criação de uma força especial para recuperar zonas do país dominadas pela criminalidade.>
"O Chile voltará a ser um país seguro", declarou ele, enquanto candidato.>
Em relação à imigração, ele prometeu deportações em massa de imigrantes em situação irregular, incluindo voos fretados para levá-los de volta aos seus países de origem. O custo deverá ser financiado, em parte, pelos próprios passageiros.>
Kast também propõe que a imigração irregular passe a ser considerada crime e que os estrangeiros sem documentos não tenham acesso aos benefícios básicos fornecidos pelo Estado, como educação, saúde ou moradia.>
No setor econômico, o candidato prometeu promover a "austeridade", reduzindo os gastos fiscais em US$ 6 bilhões (cerca de R$ 32,4 bilhões) em um prazo de 18 meses.>
No setor tributário, o ex-deputado anunciou que iria reduzir o imposto corporativo para grandes e médias empresas, dos atuais 27% para 23%. E prometeu eliminar o imposto de renda de capital na venda de ações, em alguns casos.>
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