Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 17:45
O governo federal decidiu revogar nesta quarta-feira (15/1) a nova regra da Receita Federal sobre monitoramento das movimentações financeiras, incluindo o Pix.>
O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que a revogação do ato normativo se deu por conta de distorções e uma onda de fake news sobre a medida.>
"Pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam o ato normativo da Receita Federal, prejudicando milhões de pessoas no Brasil e causando pânico e desacreditando um meio de pagamento muito importante na vida das pessoas", disse Barreirinhas em coletiva de imprensa, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).>
Segundo Barreirinhas, houve uma campanha para desacreditar a medida e obter "ganhos políticos", além de prejudicar pessoas de baixa renda. >
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Ele explicou que a decisão tem dois objetivos principais: impedir que as novas regras fossem utilizadas para aplicar golpes, como vinha ocorrendo, e evitar problemas com a tramitação de novas medidas.>
Barreirinhas reforçou que a Receita Federal, com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Polícia Federal, vão investigar e responsabilizar as pessoas envolvidas em golpes em torno da medida.>
"Essa luta vai continuar. Não vamos aceitar o uso de símbolos da Receita para dar golpes com base nas mentiras", disse o secretário.>
Na coletiva, Haddad informou que o governo Lula prepara o envio de uma medida provisória ao Congresso para proibir a taxação do Pix. >
Segundo o ministro, medida equipara transações em Pix a pagamentos em dinheiro e reforça os princípios da não oneração e da gratuidade no uso do Pix, além de garantir o sigilo bancário nas operações.>
Com a nova medida, será proibido cobrar valores diferentes para pagamentos realizados via Pix em relação aos realizados em dinheiro. >
O que for cobrado em dinheiro deverá ser cobrado com pagamento por meio de Pix, garantindo equidade entre as formas de pagamento.>
Haddad mencionou que golpistas têm enviado boletos falsos com cobranças indevidas relacionadas ao Pix, causando prejuízos à população. >
A medida provisória busca coibir essas práticas criminosas.>
A Instrução Normativa RFB nº 2.219/24 alterava obrigações para as instituições financeiras, bancos digitais e aplicativos de pagamento, que deveriam informar alguns dados à Receita Federal.>
A portaria da Receita Federal estabelecia um monitoramento de movimentações globais acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas jurídicas, mas sem detalhamento de origem ou destino.>
"Na prática, as instituições reportam apenas os valores consolidados de operações, sem a identificação de beneficiários ou natureza das transações", explicava nota da Receita Federal.>
Segundo o órgão, outras modalidades de pagamento — como cartão de crédito e depósitos — já eram monitoradas quando os valores excediam em R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil no caso de pessoa jurídica.>
A medida, ainda de acordo com a Receita, evitaria "inconsistências que poderiam fazer contribuintes caírem na malha fina injustamente e melhora a identificação de movimentações que podem estar ligadas a crimes financeiros".>
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