Publicado em 11 de junho de 2025 às 16:39
Uma tendência fitness conhecida como caminhada japonesa está chamando a atenção online, prometendo grandes benefícios à saúde com o mínimo de equipamento e tempo.>
Baseada em explosões intervaladas de marcha rápida e lenta, a caminhada japonesa foi desenvolvida por Hiroshi Nose e Shizue Masuki, professores na Universidade Shinshu em Matsumoto, no Japão. >
Ela consiste em alternar entre três minutos de caminhada em uma intensidade mais alta, e três minutos em uma intensidade mais baixa, repetindo essa sequência por pelo menos 30 minutos, quatro vezes por semana.>
A caminhada de intensidade mais alta deve ser feita em um nível que seja "um pouco difícil". Neste nível, ainda é possível falar, mas manter uma conversa até o fim seria mais difícil.>
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A caminhada de menor intensidade deve ser feita em um nível "leve". Neste nível, o ato de conversar deve ser confortável, embora um pouco mais trabalhoso do que uma conversa sem esforço.>
A caminhada japonesa tem sido comparada ao treinamento intervalado de alta intensidade (Hiit), e tem sido chamada de "caminhada de alta intensidade", embora seja menos desgastante do que o Hiit autêntico, e seja realizada em intensidades mais baixas.>
Também é fácil de executar e requer apenas um cronômetro e espaço para caminhar. Ela exige pouco planejamento e consome menos tempo do que outras metas de caminhada, como dar 10 mil passos por dia. Isso a torna adequada para a maioria das pessoas.>
A caminhada japonesa oferece benefícios significativos à saúde. Um estudo de 2007 realizado no Japão comparou este método com a caminhada contínua de baixa intensidade, com a meta de alcançar 8 mil passos por dia.>
Os participantes que seguiram a abordagem da caminhada japonesa apresentaram reduções notáveis no peso corporal. >
A pressão arterial deles também caiu — mais do que entre aqueles que seguiram a rotina de caminhada contínua de baixa intensidade.>
A força das pernas e o condicionamento físico também foram medidos neste estudo. Ambos apresentaram melhora significativamente maior nos participantes que seguiram o programa de caminhada japonesa, em comparação com aqueles que realizaram caminhada contínua de intensidade moderada.>
Um estudo de longo prazo também mostrou que a caminhada japonesa protege contra as reduções de força e condicionamento físico que ocorrem com o envelhecimento.>
Essas melhorias na saúde também sugerem que a caminhada japonesa pode ajudar as pessoas a viver mais, embora isso ainda não tenha sido estudado diretamente.>
Há alguns aspectos a serem levados em consideração em relação a esta nova tendência de caminhada. No estudo de 2007, cerca de 22% das pessoas não concluíram o programa de caminhada japonesa. >
No programa de menor intensidade, com meta de 8 mil passos por dia, aproximadamente 17% não concluíram. Isso significa que a caminhada japonesa pode não ser adequada para todos, e pode não ser mais fácil ou mais atraente do que as metas simples baseadas em passos.>
Também foi demonstrado que atingir um determinado número de passos por dia ajuda as pessoas a viverem mais. Para pessoas com 60 anos ou mais, a meta deve ser de cerca de 6 mil a 8 mil passos por dia, e de 8 mil a 10 mil para indivíduos com menos de 60 anos. Evidências semelhantes não parecem existir para a caminhada japonesa... ainda.>
Então, será que essa tendência de caminhar é realmente a solução definitiva? Ou será que importa menos o exercício que você faz, e mais a frequência e a intensidade com que você pratica? É provável que a resposta seja a segunda opção.>
As pesquisas nos dizem que as pessoas que realizam regularmente mais sessões de atividade física moderada a vigorosa vivem mais, independentemente da duração de cada sessão.>
Isso significa que devemos nos concentrar em garantir a prática regular de atividade física moderada a vigorosa — e torná-la habitual. Se esta atividade for a caminhada japonesa, então é uma escolha que vale a pena.>
* Sean Pymer é fisiologista acadêmico clínico de exercícios na Universidade de Hull, no Reino Unido.>
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).>
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