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Na 3ª reviravolta, França proíbe vacina de Oxford para menores de 55

Na 3ª reviravolta, França proíbe vacina de Oxford para menores de 55

A autoridade de saúde do país realizou a terceira mudança de orientação desde que o imunizante foi aprovado no país, no começo de fevereiro

Publicado em 19 de março de 2021 às 15:42- Atualizado há 3 anos

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Vacina de Oxford
A vacina de Oxford/AstraZeneca. (Carlos Alberto Silva)

A autoridade de saúde da França determinou nesta sexta (19) que a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca seja aplicada apenas em pessoas a partir de 55 anos, na terceira mudança de orientação desde que o imunizante foi aprovado no país, no começo de fevereiro

Naquele momento, a regra estabelecida era a inversa: a vacina não deveria ser dada a idosos, sob o argumento de que faltavam dados sobre seu efeito a partir dos 56 anos de idade.

Depois de estatísticas do Reino Unido (que começou a usar o produto em dezembro) mostrarem que o imunizante protegia os idosos após a primeira dose, a França voltou atrás e liberou sua aplicação para todas as faixas etárias no começo deste mês.

Na semana passada, porém, ela suspendeu totalmente a administração da vacina, seguindo outros países europeus que pediam mais investigação sobre efeitos adversos.

A mais recente orientação foi dada depois que o regulador europeu (EMA) recomendou mais uma vez que o produto seja dado a todos os adultos a partir de 18 anos, nesta quinta (18). A agência afirmou que a vacina da AstraZeneca é "é segura e eficaz e seus benefícios superam os riscos".

O governo francês, porém, preferiu evitar os riscos a colher os benefícios, pelo menos por enquanto.

A restrição ao uso da vacina em pessoas mais jovens acontece porque houve 23 relatos de um tipo raro de acidente vascular em pessoas imunizadas - cerca de 18 milhões de europeus tomaram ao menos uma dose da AstraZeneca até agora.

De acordo com a EMA, o problema ocorreu principalmente em mulheres com menos de 55 anos, mas não há evidência de que eles sejam causados pela vacina –mais estudos são necessários para descartar essa possibilidade.

Nenhum dos 23 casos pesquisados pelo regulador europeu aconteceu na França. Por outro lado, na maioria dos países do mundo a proporção de mais jovens entre os que morrem de Covid-19 têm crescido.

De acordo com dados da agência de saúde francesa compilados pela FranceInfo, 18% dos mortos desde 1º de março deste ano tinham menos de 59 anos, o que equivale a mais de 900 jovens vítimas da doença em menos de três semanas.

Por causa da aceleração do contágio do coronavírus na França, o governo acabou de decretar novas restrições à circulação em Paris e outras regiões do país.

No limite da idade permitida, o primeiro-ministro da França, Jean Castex, 55, que na quinta anunciou o lockdown, na sexta se fez fotografar nesta sexta recebendo a primeira dose da AstraZeneca.

A operação busca reverter uma queda de confiança no imunizante provocada pela suspensão –que ocorreu apesar das aprovações repetidas pela EMA e pela OMS.

A dúvida ainda persiste em alguns países, como Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia, que decidiram manter a paralisação.

Na Itália, o governo fará uma campanha publicitária para incentivar a adoção, enquanto em Portugal o governo avisou que quem se recusar a tomar sua dose de AstraZeneca irá para o final da fila e, mesmo assim, não poderá escolher que produto tomar quando chegar a sua vez.

A discussão deve segurar ainda mais a aceleração da imunização na União Europeia, que continua bem atrás de outros países ricos. O Reino Unido já aplicou 40 doses por 100 pessoas e os Estados Unidos estão perto de 35/100, enquanto a UE, em média, deu apenas 12 doses por 100 habitantes.

No Brasil, onde o imunizante da AstraZeneca é o principal do programa de vacinação do governo federal, eventos adversos graves em pessoas vacinadas são 0,007% das doses administradas.

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