Publicado em 14 de junho de 2025 às 10:39
O Irã alertou os Estados Unidos, o Reino Unido e a França para não ajudarem Israel a impedir os ataques de retaliação de Teerã, de acordo com a agência de notícias Reuters, citando a mídia estatal iraniana.>
Os relatórios dizem que Teerã teria como alvo bases militares e navios localizados na região se os três países derem apoio a Israel.>
Sabe-se que o Reino Unido não participou de nenhuma ação militar, incluindo esforços para defender Israel contra esses ataques.>
Um porta-voz disse que o primeiro-ministro Keir Starmer conversou com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, neste sábado (14/06).>
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"Eles discutiram a situação gravemente preocupante no Oriente Médio e concordaram com a necessidade de diminuir a escalada", disse o porta-voz.>
A declaração acrescenta que o Reino Unido está pronto para trabalhar em estreita colaboração com seus aliados nos próximos dias para apoiar uma resolução diplomática.>
No passado, quando o Irã atacou Israel com drones, o Reino Unido enviou jatos Typhoon da RAF de Chipre para abatê-los.>
O Irã realizou entre sexta-feira (13/06) e sábado (14/06) ataques em Israel, deixando dezenas de feridos e pelo menos dois mortos. >
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que o Irã "infligirá duros golpes" depois que Israel "iniciou a guerra" — referindo-se aos ataques deste contra o Irã na madrugada de sexta, em horário local.>
De acordo com as forças israelenses, o Irã disparou menos de 100 mísseis na sexta — a maioria foi interceptada ou não conseguiu atingir seu alvo. >
"Um número limitado de edifícios foi atingido, alguns devido a estilhaços de operações de interceptação", afirmaram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). Também houve novos ataques israelenses ao Irã. >
Na manhã deste sábado, 14, havia registro de mortes e feridos dos dois lados.>
Pelo menos duas pessoas morreram após os ataques em Israel. Uma mulher de 60 anos foi resgatada inconsciente e sem sinais vitais, e um homem de aproximadamente 45 anos foi declarado morto após ser evacuado, segundo o serviço de emergência israelense Magen David Adom (MDA).>
Há ainda 40 pessoas sendo tratadas em hospitais israelenses após os recentes ataques - duas estão em estado crítico.>
Os ferimentos são variados e incluem danos por estilhaços, inalação de fumaça e choque.>
Já um representante do Irã na ONU disse que 78 pessoas foram mortas nos ataques israelenses de sexta-feira e pelo menos 320 ficaram feridas, a "esmagadora maioria" de civis.>
Em outra versão, a mídia estatal iraniana fala em 60 mortos, incluindo 20 crianças, que foram mortos em um ataque israelense na sexta-feira contra um prédio residencial em Teerã.>
Israel disse que tem como alvo as instalações militares iranianas, incluindo instalações nucleares.>
Não está claro se as 60 pessoas relatadas hoje estão incluídas no número anterior. A BBC não verificou os números de forma independente.>
Algumas fotos mostram ainda prédios bastante danificados em Israel. >
Por volta de 20h de sexta-feira em Brasília, as IDF orientaram que a população poderia deixar abrigos — a recomendação mudou ao longo da sexta-feira, com momentos em que as forças instaram as pessoas a se protegerem, enquanto em outros a saída dos abrigos foi liberada, contanto que não se distanciassse muito deles.>
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu que o Irã e Israel interrompam a "escalada" do conflito. >
"Bombardeio israelense contra instalações nucleares iranianas. Ataques com mísseis iranianos em Tel Aviv. Chega de escalada. Hora de parar. A paz e a diplomacia devem prevalecer", afirmou Guterres na rede social X.>
Fotos noturnas em Tel Aviv, Israel, mostram mísseis interceptados, provavelmente pelo sistema de defesa antimísseis israelense, o Domo de Ferro.>
Duas fontes do governo americano afirmaram à agência de notícias Reuters que os EUA ajudaram Israel a abater mísseis iranianos.>
De acordo com o comunicado traduzido da Guarda Revolucionária, o Irã chamou a operação de "Promessa Verdadeira 3".>
O serviço de ambulância Magen David Adom de Israel afirmou que estava fazendo buscas por pessoas e locais atingidos pelo ataque na região metropolitana de Tel Aviv.>
A jornalista da BBC Ione Wells, que está em Jerusalém, relatou na madrugada de sábado (14/06), em horário local, ter ouvido drones, sirenes e explosões.>
"Pela janela, pude ver vários drones voando pelo céu e ouvi explosões altas e próximas. As janelas tremiam", conta Wells.>
"Um aplicativo de sirene amplamente utilizado em Israel está mostrando um alerta vermelho para todo o país. Como temos noticiado, é difícil dizer se esses barulhos são de ataques ou se Israel está interceptando os ataques retaliatórios do Irã.">
Com a expectativa de retaliação iraniana, muitos israelenses começaram a sexta-feira estocando comida e se dirigindo a abrigos ou suas proximidades.>
Gideon Levy, jornalista que vive em Tel Aviv, afirmou à BBC que, apesar de até o momento não haver mortes confirmadas, houve "bastante destruição" na cidade.>
"Ouvimos explosões bem altas. Não foi uma sensação muito agradável", disse Levy, que trabalha no jornal israelense Haaretz. >
"Houve pelo menos dois casos em que [mísseis] caíram diretamente sobre prédios e os destruíram parcialmente. Não houve vítimas, mas pessoas ficaram feridas. E houve bastante destruição.">
Nessa sexta, em pronunciamento, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que "mais está por vir".>
"O regime [iraniano] não sabe o que o atingiu, ou o que o atingirá. Nunca esteve tão fraco", disse o primeiro-ministro, acrescentando que Israel está mirando a liderança do Irã, e não sua população.>
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, criticou que os mísseis iranianos tenham atingido áreas civis. >
"O Irã cruzou linhas vermelhas ao ousar disparar mísseis contra aglomerações populacionais civis em Israel", afirmou Katz em um comunicado.>
"Continuaremos a defender os cidadãos de Israel e garantiremos que o regime dos aiatolás pague um preço muito alto por suas ações hediondas", acrescentou, referindo-se a Ali Khamenei.>
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) justificaram a operação Leão Ascendente na madrugada de sexta citando a "contínua agressão do regime" iraniano, com destaque para seu programa nuclear.>
"Hoje, o Irã está mais perto do que nunca de obter uma arma nuclear. Armas de destruição em massa nas mãos do regime iraniano representam uma ameaça existencial ao Estado de Israel e uma ameaça significativa ao resto do mundo", argumento as IDF.>
A mídia estatal iraniana diz que 78 pessoas foram mortas somente na capital, Teerã, e mais de 320 ficaram feridas.>
Morreram também pessoas com altos cargos no regime, como Hossein Salami, chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica; Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã; e nove cientistas nucleares, incluindo Fereydoon Abbasi, ex-chefe da agência nuclear do país (nota: um comunicado anterior da mesma fonte falava em seis cientistas).>
A morte de Salami foi particularmente um duro golpe para Teerã. A Guarda Revolucionária Islâmica (GRI) é uma força militar estratégica, política e econômica no Irã, com laços estreitos com o líder supremo do país.>
A capital iraniana não sofria ataques tão graves desde o fim da Guerra Irã-Iraque, na década de 1980.>
Embora os ataques entre Israel e Irã tenham sido frequentes nos últimos anos, raramente afetaram diretamente áreas residenciais ou centros urbanos como dessa vez.>
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou em pronunciamento que o ataque "atingiu o coração do programa de enriquecimento nuclear do Irã" e teve como alvo cientistas iranianos que trabalhavam no desenvolvimento de bombas.>
A principal instalação de enriquecimento do Irã, na cidade de Natanz, a cerca de 225 km ao sul da capital Teerã, foi atacada, disse Netanyahu.>
Teerã afirma há anos que seu programa nuclear tem exclusivamente fins civis.>
Apesar das alegações, vários países, bem como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o principal órgão de fiscalização nuclear global, duvidam que o programa seja exclusivamente para fins pacíficos.>
Esta semana, o conselho da agência declarou formalmente que o Irã está violando suas obrigações de não proliferação nuclear pela primeira vez em 20 anos.>
A agência citou "múltiplos descumprimentos" por parte do Irã, incluindo a falta de respostas claras sobre material nuclear não declarado e a quantidade de urânio enriquecido em sua posse.>
Um relatório anterior da AIEA observou que o Irã enriqueceu urânio a 60% de pureza — um nível próximo ao de grau militar, o suficiente para fabricar até nove bombas nucleares.>
O Irã, por sua vez, chamou a resolução da AIEA de "política".>
Falando dos ataques israelenses a instalações nucleares do Irã, o chefe da AIEA afirmou que os fatos são "profundamente preocupantes".>
Em declaração aos membros do conselho, Rafael Grossi disse: "Tenho afirmado repetidamente que instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar tanto as pessoas quanto o meio ambiente".>
"Tais ataques têm sérias implicações para a segurança, a proteção e as salvaguardas nucleares, bem como para a paz e a segurança regionais e internacionais.">
Um porta-voz das Forças Armadas iranianas acusou os EUA de colaborar nos ataques israelenses, segundo a mídia estatal iraniana.>
No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, negou qualquer envolvimento de Washington e afirmou que Israel comunicou que "esta ação era necessária para sua autodefesa".>
Enquanto isso, Donald Trump instou o Irã a chegar a um acordo sobre seu programa nuclear. >
O presidente americano comentou em sua rede social, a Truth Social, que deu a Teerã "uma oportunidade atrás da outra".>
As negociações entre os Estados Unidos e o Irã por um acordo nuclear estão estagnadas e tinham uma sexta rodada prevista para o próximo domingo (15/06).>
Em meio as ataques entre Israel e Irã, o governo dos EUA anunciou a evacuação de funcionários em funções não essenciais de sua embaixada em Bagdá, no Iraque, devido ao aumento dos riscos de segurança.>
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