Publicado em 13 de maio de 2025 às 18:38
O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica morreu nesta terça-feira (13/5).
A informação foi confirmada pelo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, que lamentou a morte do ex-guerrilheiro lembrando de sua trajetória.
"Com profunda dor comunicamos que faleceu nosso companheiro Pepe Mujica. Presidente, militante, referência e condutor. Vamos sentir muito a sua falta, Velho querido. Obrigado por tudo o que nos deu e por seu profundo amor por seu povo".
A morte do ex-guerrilheiro, que sofria de um câncer severo no esôfago, suscitou mensagens de lamento em lideranças de todo o mundo.
A presidente mexicana Claudia Sheinbaum, publicou em sua conta no X que Mujica era um "exemplo para a América Latina e ao mundo inteiro pela sabedoria, pensamento e sensibilidade que o caracterizavam".
Na Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez escreveu que o uruguaio acreditou, lutou e viveu por um mundo melhor. "A política faz sentido quando é vivida assim, com o coração. Meu mais profundo carinho à sua família e ao Uruguai. Eterno, Mujica."
"Grande revolucionário", escreveu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
"Adeus amigo. Espero que um dia a América Latina tenha um hino, espero que um dia a América do Sul se chame: Amazônia", escreveu o colombiano.
Em dezembro do ano passado, durante um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Mujica disse que "a Amazônia é a coisa mais importante que temos na América."
Na ocasião, Lula concedeu a Mujica a Ordem Nacional do Cruzeiro, uma honraria dada a personalidades estrangeiras, "por sua incansável luta pelo melhor da América Latina e do mundo. Um exemplo para todos nós", escreveu Lula na época.
"Mujica aliou a coragem à doçura, a luta à compaixão. Deixa um legado de esperança, um convite a um humanismo radical. Meus sentimentos ao planeta Terra", escreveu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
O ex-presidente argentino Alberto Fernández escreveu em sua conta no X que "sem Francisco e Pepe, o mundo fica mais triste e fraco. Minha memória estará sempre com esse grande uruguaio."
No Brasil, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), disse que Mujica era uma pessoa "imprescindível para a humanidade". "Foi amigo do Brasil e do nosso povo, conquistou a juventude e foi admirado por onde passou".
O jornal espanhol El País chamou o ex-presidente uruguaio de "revolucionário tranquilo", e lembrou que o ex-presidente, durante sua trajetória, resistiu após levar seis tiros e a passar mais de uma década na prisão.
"Pepe Mujica fascinou o mundo como um oráculo de austeridade e simplicidade" que "no fim da vida, emitiu alertas pessimistas, mas sem perder a fé no homem", publicou o jornal.
Na Argentina, o El Clarín conta que a vida de Mujica se resume a "mais de meio século de vida pública", recordando das passagens difíceis vividas pelo ex-guerrilheiro: "roubou bancos como guerrilheiro" e "testemunhou alguns dos anos mais sangrentos de seu país".
O jornal diz que Mujica era "idolatrado e odiado na mesma medida".
O periódico inglês The Guardian descreveu o uruguaio como "ex-guerrilheiro marxista e floricultor, cujo estilo de vida simples, filosofia franca e democracia radical fascinava pessoas em todo o mundo".
"Mujica liderou a transformação de sua pequena nação sul-americana em uma das democracias mais socialmente liberais do mundo. Ele conquistou admiração em casa e status de ídolo no exterior por legalizar a maconha e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, promulgar a primeira lei abrangente sobre direitos ao aborto da região e consolidar o Uruguai como líder em energia alternativa."
Esta reportagem está em atualização
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