Publicado em 4 de julho de 2019 às 10:57
- Atualizado há 6 anos
Uma menina de 2 anos, identificada como Alia, desapareceu esta semana no Rio Grande, na fronteira dos EUA com o México, segundo a mãe dela, Marie Rose Joseph, cidadã haitiana de 28 anos que tentava entrar ilegalmente no território americano. De acordo com a mulher, a criança nasceu no Brasil. A informação foi dada ontem pela Agência de Proteção de Fronteira dos EUA (CBP, na sigla em inglês).>
A mulher foi detida pelas autoridades americanas em Del Rio, no Texas, na segunda-feira, assim que cruzou a fronteira. No momento em que foi presa, informou que tinha perdido sua bebê durante a travessia.>
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o Corpo de Bombeiros de Ciudad Acuña afirmou que um grupo de 12 imigrantes haitianos tentava cruzar o Rio Grande (Rio Bravo para os mexicanos) quando a criança desapareceu. Como a correnteza é muito forte, a criança foi levada pelas águas.>
As buscas foram retomadas ontem e os bombeiros de Ciudad Acuña, no Estado mexicano de Coahuila, trabalhavam em parceria com autoridades americanas. Os trabalhos para tentar localizar a criança envolvem botes, equipes de mergulhadores e veículos remotos submergíveis, além do apoio de um helicóptero.>
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Segundo os pais de Alia, os três estavam com outros dez adultos que cruzaram o Rio Grande na altura do Parque Braulio Fernández Aguirre, a alguns metros da ponte internacional e do albergue onde dezenas de imigrantes de vários países estão abrigados, segundo o diretor de Proteção Civil de Acuña, Javier Félix Ríos.>
Marie Rose disse que levava Alia nos braços, presa em um xale, mas ela acabou se soltando em razão de seu desespero no momento de atravessar o rio à noite e às escuras. Bombeiros, Proteção Civil, o Grupo Beta, o Exército e a Polícia Federal do México, com o apoio de autoridades americanas, iniciaram no mesmo dia a busca pela menina.>
As equipes de busca temem que, em razão de seu pouco peso, ela tenha sido arrastada por vários quilômetros e seus restos apareçam nas localidades de Jiménez ou Piedras Negras. O albergue Braulio Fernández Aguirre, de onde partiu o grupo de haitianos vindo do Brasil, está sendo vigiado pela Polícia Federal e pelo Exército mexicano, mas os imigrantes continuam perambulando livremente por toda a área e até mesmo se aproximam das águas do Rio Grande.>
No mês passado, o governo mexicano cedeu às pressões do presidente americano, Donald Trump, e prometeu fazer mais para conter a entrada de imigrantes nos EUA.>
Marie Rose, o marido - identificado como Jean Yunel Forestal, de 36 anos - e seu grupo estão sendo mantidos incomunicáveis no centro de imigrantes em Del Rio, no Texas, e a qualquer momento podem ser enviados de volta para o México.>
O Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento do caso e o acompanha por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston, no Texas. Em respeito à privacidade dos envolvidos, a assessoria afirmou que não poderá fornecer informações adicionais sobre o tema.>
Em agosto, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que muitos haitianos que deixaram o Brasil em direção aos EUA ficaram em cidades como Tijuana em razão da intensificação das políticas anti-imigração de Trump e da pressão constante sobre o governo mexicano. Eles se dividiam entre o arrependimento por terem deixado o território brasileiro e a esperança de um dia chegar ao outro lado da fronteira.>
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