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EUA apreendem navio petroleiro perto da Venezuela, diz Trump

EUA apreendem navio petroleiro perto da Venezuela, diz Trump

Os Estados Unidos apreenderam um navio petroleiro perto da Venezuela, disse o presidente americano Donald Trump nesta quarta-feira (10/12).

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 18:44

Imagem BBC Brasil
null Crédito: BBC

Os Estados Unidos apreenderam um navio petroleiro perto da Venezuela, disse o presidente americano Donald Trump nesta quarta-feira (10/12).

"Como vocês provavelmente sabem, acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande... o maior já apreendido, na verdade... vocês verão isso mais tarde e conversaremos sobre isso com outras pessoas", disse Trump a jornalistas durante um evento na Casa Branca.

A apreensão pode sinalizar novos esforços para atingir o setor de petróleo da Venezuela, principal fonte de receita do país sul-americano.

A agência de notícias Reuters afirma que o petroleiro foi apreendido em uma operação liderada pela Guarda Costeira dos EUA, segundo três autoridades americanas ouvidas sob anonimato.

Essas autoridades não divulgaram o nome do petroleiro, a bandeira que ele exibia ou o local exato da interceptação.

A ação ocorre em um momento em que os EUA vêm reforçando sua presença militar no Caribe — em uma movimentação que, segundo o governo americano, visa combater o narcotráfico.

O governo venezuelano diz acreditar que os EUA estão tentando depor o presidente Nicolás Maduro.

A BBC News solicitou um posicionamento ao governo venezuelano, que ainda não comentou o ocorrido.

Preços do petróleo em alta

Os contratos futuros de petróleo subiram após a notícia da apreensão.

Os contratos futuros do petróleo do tipo Brent, referência para os mercados europeu e asiático, subiram 27 centavos, ou 0,4%, fechando a US$ 62,21 o barril.

Já os contratos futuros do petróleo bruto WTI, referência para os EUA, aumentaram 21 centavos, também 0,4%, fechando a US$ 58,46 o barril.

O governo Trump acusa Maduro — cuja reeleição no ano passado foi considerada fraudulenta por muitos países — de ser o líder de um cartel de drogas.

Maduro nega a alegação e acusa os EUA de tentarem incitar uma guerra para obter o controle das reservas de petróleo da Venezuela.

Desde que Trump assumiu seu segundo mandato em janeiro, o governo dos EUA tem intensificado a pressão sobre Maduro.

O primeiro ato do presidente sobre a Venezuela, em fevereiro, foi designar organizações criminosas do país como grupos terroristas.

Isso abriu caminho para deportações nos EUA de dezenas de venezuelanos, acusados pelo governo americano de integrarem esses grupos.

Depois, as deportações acabaram suspensas por uma decisão da Justiça americana.

Em agosto, o governo americano dobrou a recompensa oferecida por informações que levem à captura de Maduro para US$ 50 milhões (R$ 274 milhões) e lançou uma operação de combate ao narcotráfico visando embarcações acusadas de transportar drogas da Venezuela para os EUA.

Mais de 80 pessoas já foram mortas nos ataques americanos a embarcações suspeitas desde então, a maioria no Caribe, além de algumas no Pacífico.

Segundo o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, o objetivo da "Operação Lança do Sul" é remover "narcoterroristas" do Hemisfério Ocidental.

Mas especialistas jurídicos questionam a legalidade dos ataques, apontando que os EUA não apresentaram provas de que as embarcações transportavam drogas.

Mais recentemente, houve relatos de conversas telefônicas entre Trump e Maduro — com um ultimato do governo americano para que o venezuelano deixe o país.

Os EUA também autorizaram operações especiais da agência de inteligência CIA na Venezuela e ameaçaram realizar uma ação terrestre no país.

No final de novembro, o governo americano fechou o espaço aéreo venezuelano.

Cidadãos americanos receberam a recomendação de não visitar a Venezuela ou deixar o país, caso estejam lá.

Essa reportagem está em atualização

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