Publicado em 21 de abril de 2025 às 07:39
O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (21/04) a morte do papa Francisco. >
No domingo (20/40), o pontífice participou das celebrações de Páscoa na Praça de São Pedro. >
Ele disse algumas breves frases, mas teve sua tradicional mensagem de Páscoa lida por um clérigo assistente na sacada da Basílica de São Pedro. >
No texto, Francisco lembrou de diversos conflitos que acontecem pelo mundo e destacou que "a paz é possível". >
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Ao lembrar da Páscoa — data que marca a ressurreição de Jesus Cristo — o papa disse que "o amor triunfou sobre o ódio, a luz sobre as trevas e a verdade sobre a falsidade". >
"O perdão triunfou sobre a vingança. O mal não desapareceu da história; permanecerá até o fim, mas não tem mais predomínio; não tem mais poder sobre aqueles que aceitam a graça deste dia.">
Num outro trecho, o papa observou "a grande sede de morte, de matar" que "testemunhamos todos os dias nos muitos conflitos que assolam as diferentes partes do nosso mundo". >
"Quanta violência vemos, muitas vezes até mesmo dentro das famílias, dirigida contra mulheres e crianças! Quanto desprezo é, por vezes, despertado para com os vulneráveis, os marginalizados e os migrantes.">
"Neste dia, gostaria que todos nós renovássemos a esperança e renovássemos a nossa confiança nos outros, incluindo aqueles que são diferentes de nós, ou que vêm de terras distantes, trazendo costumes, modos de vida e ideias desconhecidos! Pois todos somos filhos de Deus.">
"Gostaria que renovássemos a nossa esperança de que a paz é possível", escreveu o papa. >
O papa também expressou "proximidade aos sofrimentos dos cristãos na Palestina e em Israel, e a todo o povo israelense e palestino". >
"O crescente clima de antissemitismo em todo o mundo é preocupante. Mas, ao mesmo tempo, penso no povo de Gaza, e na sua comunidade cristã em particular, onde o terrível conflito continua a causar morte e destruição e a criar uma situação humanitária dramática e deplorável." >
"Apelo às partes em conflito: declarem um cessar-fogo, libertem os reféns e venham em auxílio de um povo faminto que aspira a um futuro de paz", pediu Francisco.>
O papa também pediu orações "pelas comunidades cristãs no Líbano e na Síria, que atualmente passam por uma delicada transição em sua história". >
"Elas aspiram à estabilidade e à participação na vida de suas respectivas nações. Exorto toda a Igreja a manter os cristãos do amado Oriente Médio em seus pensamentos e orações.">
"Penso também, em particular, no povo do Iêmen, que vive uma das crises humanitárias mais graves e prolongadas do mundo devido à guerra, e convido todos a encontrarem soluções por meio de um diálogo construtivo.">
Francisco também pediu que "Cristo ressuscitado conceda à Ucrânia, devastada pela guerra, o dom pascal da paz e incentive todas as partes envolvidas a prosseguirem seus esforços visando a alcançar uma paz justa e duradoura".>
Ele ainda lembrou dos conflitos no sul do Cáucaso. "Rezemos para que um acordo de paz definitivo entre a Armênia e o Azerbaijão seja assinado e implementado em breve, levando à tão esperada reconciliação na região", comentou ele.>
"Que a luz da Páscoa inspire esforços para promover a harmonia nos Bálcãs Ocidentais e apoie os líderes políticos em seus esforços para aliviar tensões e crises e, juntamente com seus países parceiros na região, rejeitar ações perigosas e desestabilizadoras.">
Francisco também mencionou a África, especialmente na República Democrática do Congo, no Sudão e no Sudão do Sul. >
"Que Ele [Jesus Cristo] sustente aqueles que sofrem com as tensões no Sahel, no Chifre da África e na região dos Grandes Lagos, bem como os cristãos que, em muitos lugares, não podem professar livremente sua fé.">
O papa reforçou que "não pode haver paz sem liberdade religiosa, liberdade de pensamento, liberdade de expressão e respeito pela opinião dos outros".>
"Nem a paz é possível sem um verdadeiro desarmamento! A exigência de que cada povo zele pela sua própria defesa não deve transformar-se numa corrida ao rearmamento.">
"Durante este tempo, não deixemos de ajudar o povo de Mianmar, atormentado por longos anos de conflito armado, que, com coragem e paciência, lida com as consequências do devastador terremoto de Sagaing, que causou a morte de milhares de pessoas e grande sofrimento para os muitos sobreviventes, incluindo órfãos e idosos", escreveu ele. >
"Rezamos pelas vítimas e seus entes queridos e agradecemos de coração a todos os generosos voluntários que realizam as operações de socorro. O anúncio de um cessar-fogo por vários atores no país é um sinal de esperança para todo o Mianmar.">
Francisco ainda apelou "a todos aqueles que ocupam cargos de responsabilidade política em nosso mundo para que não cedam à lógica do medo, que só leva ao isolamento dos outros, mas que utilizem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e incentivar iniciativas que promovam o desenvolvimento". >
"Estas são as 'armas' da paz: armas que constroem o futuro, em vez de semear a morte", disse ele>
"Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser a marca registrada de nossas ações cotidianas. Diante da crueldade dos conflitos que envolvem civis indefesos e atacam escolas, hospitais e agentes humanitários, não podemos nos dar ao luxo de esquecer que não são alvos que são atingidos, mas pessoas, cada uma delas dotada de alma e dignidade humana.">
Por fim, Francisco sugeriu que a Páscoa seja "uma ocasião propícia para a libertação dos prisioneiros de guerra e dos presos políticos". >
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