Publicado em 24 de junho de 2025 às 10:38
A queda da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, volta a expor os riscos de um destino que pode ser desafiador para montanhistas no Sudeste Asiático.>
Juliana caiu em um desfiladeiro na sexta-feira (20/6), enquanto fazia o percurso rumo ao cume do vulcão, e desde então equipes de resgate tentam localizá-la em meio a terreno acidentado, falésias e condições climáticas instáveis. >
Até o início da tarde desta terça-feira (24/6), equipes de resgate tentam diferentes alternativas para chegar até ela, e não há informações sobre seu estado de saúde.>
Além do terreno desafiador, o clima imprevisível — com neblina, chuvas e ventos fortes — costuma surpreender até montanhistas experientes.>
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Nos últimos cinco anos, pelo menos cinco mortes foram registradas na região, incluindo a de escaladores portugueses, malaios e indonésios. >
Em dezembro de 2021, um montanhista de 26 anos, natural de Surabaya, morreu após cair em um desfiladeiro de 100 metros de profundidade enquanto subia o monte Rinjani pela rota de Senaru, em North Lombok.>
Em agosto de 2022, um alpinista português, de 37 anos, morreu ao despencar de um penhasco no cume do monte Rinjani. Ele caiu enquanto tirava uma selfie na beira do abismo. O acidente ocorreu no dia 19 de agosto e o corpo foi retirado do local no dia 22.>
Em junho de 2024, uma turista suíça morreu após cair na trilha do Bukit Anak Dara, no distrito de Sembalun, East Lombok. A estrangeira havia se arriscado por uma rota ilegal.>
Em setembro de 2024, um escalador de Jacarta desapareceu após supostamente cair em um desfiladeiro na área do monte Rinjani, em 28 de setembro. O corpo foi localizado por um drone com câmera térmica, a centenas de metros de profundidade, e resgatado uma semana depois.>
Em outubro de 2024, um alpinista irlandês caiu em um desfiladeiro de 200 metros enquanto subia rumo ao cume do monte Rinjani, em 9 de outubro. Ele foi resgatado pela equipe de busca e salvamento (SAR) e sofreu apenas ferimentos leves.>
Em maio de 2025, um montanhista da Malásia, Rennie Bin Abdul Ghani, de 57 anos, morreu ao cair durante a descida do monte Rinjani pela rota de Torean. Ele despencou em um desfiladeiro com cerca de 80 a 100 metros de profundidade, na trilha de Banyu Urip, quando o grupo retornava do cume.>
O monte Rinjani é conhecido pelas vistas deslumbrantes, mas também pelo terreno traiçoeiro. >
Com mais de 3.700 metros de altitude, é o segundo maior vulcão da Indonésia e famoso pelas trilhas íngremes, com trechos estreitos junto a penhascos e áreas de solo arenoso que aumentam o risco de quedas.>
Segundo a comunidade local de montanhistas, o Rinjani não é recomendado para iniciantes e é mais adequado a trilheiros experientes. As trilhas são estreitas e rochosas, com ravinas íngremes e trechos de areia solta que tornam a escalada particularmente escorregadia e perigosa.>
"Os montanhistas costumam iniciar a subida por volta das 2h da manhã para tentar ver o nascer do sol do cume, geralmente usando lanternas simples que oferecem pouca visibilidade. Normalmente, são acompanhados por guias, mas a combinação de escuridão, terreno instável e clima imprevisível aumenta bastante o risco. Localizado em uma região remota e sem acesso a transporte motorizado, todo o trabalho de resgate depende de equipes que se deslocam a pé", explica Astudestra Ajengrastri, indonésia e editora assistente do Asia Production Digital Hub da BBC.>
Ajengrastri aponta que, em períodos de mau tempo, ventos fortes podem se transformar rapidamente em tempestades, e a chuva deixa as trilhas arenosas ainda mais perigosas. >
"Uma neblina densa frequentemente cobre a montanha, ocultando penhascos e reduzindo drasticamente a visibilidade — o que impõe desafios adicionais tanto aos escaladores quanto às equipes de resgate. A montanha ficou fechada entre janeiro e março deste ano, durante a estação chuvosa da Indonésia, e só foi reaberta após ser considerada segura.">
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