Publicado em 7 de junho de 2022 às 16:32
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou, nesta terça-feira (7), os resultados do mercado automotivo do mês de maio, trazendo o saldo positivo de 27% de crescimento das vendas com relação ao mês anterior. Foram licenciados 187,1 mil veículos em maio, com uma média diária de 8,5 mil unidades, sendo a maior do ano e 10% acima de abril. O resultado foi comemorado pela entidade, que vê os números como um sinal de que o setor começa a se recuperar.>
No Espírito Santo, a perspectiva se repetiu, com um aumento de 30,24% de unidades vendidas: 6.947 veículos novos emplacados de todos os segmentos, contra 5.334 unidades vendidas em abril de 2022, segundo levantamento divulgado pelo Sindicato dos Concessionários Distribuidores de Veículos do ES (Sincodives). >
“O resultado dos emplacamentos de maio surpreendeu, alavancado pela maior entrega de veículos que estavam à espera de peças nos pátios das montadoras. Ainda não há um momento forte de retomada do mercado, mas acreditamos numa certa estabilidade, o que é muito positivo, considerando um ano com incertezas, como o que estamos vivendo”, avalia o presidente do Sincodives, Riguel Chieppe.>
FORAM EMPLACADAS DE JANEIRO A MAIO NO ES
No acumulado de maio de 2022 foram emplacadas 26.777 unidades de todos os segmentos (automóveis, comerciais leves, motocicletas, caminhões, ônibus e implementos rodoviários), o que representa uma queda de -4,23% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 27.959 unidades.>
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O mesmo resultado se viu no cenário nacional, quando comparado o período de janeiro a maio, que registrou uma queda de 17% com relação a 2021. Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, isso se deu, principalmente, por conta da baixa produção nos primeiros meses de 2022, já que a média diária de vendas no ano tem ficado em torno de 6 mil veículos por mês, o que foi considerado muito abaixo da média.>
O desabastecimento de matérias-primas para a produção dos veículos foi um dos principais causadores disso. “Foram perdidos 150 mil veículos no primeiro semestre de 2022, registradas 16 paradas de fábrica, o que representa 331 dias de paralisação de produção, com uma média de 20 dias por fábrica nesta conta. Esses números têm efeito cascata, pois acabam impactando toda a cadeia”, afirma Leite. >
Para ele, é preciso ter um olhar novo para evitar futuras crises de abastecimento como a que o setor passa atualmente. Por outro lado, a expectativa é de que o pior já tenha passado e que com os números crescentes de maio, o setor continue esse crescimento para recuperar a baixa registrada no início do ano.>
“Isso não vai resolver a crise de abastecimento. O mercado, atualmente, demanda mais do que a oferta, mas é um setor que depende do crédito, que está com taxas mais altas. O desafio pós-crise de abastecimento é entender qual a demanda do mercado”, observa.>
Pela primeira vez no ano, o volume de unidades produzidas superou a marca de 200 mil unidades, o que não acontecia desde dezembro do ano passado, segundo a Anfavea. Foram 205,9 mil unidades produzidas no mês, registrando um crescimento de 10,7% sobre abril. >
Maio também registrou crescimento na produção em relação ao mesmo mês de 2021, de 6,8%, período em que a falta de semicondutores começou a gerar os primeiros impactos relevantes no setor automotivo nacional. >
Outro dado positivo para o setor é o crescimento de veículos usados. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), maio teve o melhor resultado de comercialização desse tipo de veículo, com uma evolução de 25,8%, totalizando quase 850 mil unidades. >
FOI O CRESCIMENTO DA VENDA DE USADOS, EM MAIO, NO PAÍS
No entanto, o acumulado do ano também fez o mesmo movimento dos veículos novos, registrando uma queda de 20,86%. Os modelos com até 3 anos de fabricação representaram 11,1% do total e tiveram uma participação de 11,8% nos cinco primeiros meses do ano.>
“O aumento percentual das transações de veículos usados, em maio, ficou próximo da alta na venda de novos (+25%), o que é natural, já que muitos usados são ofertados como entrada na compra de um zero km. Na comparação com o mesmo mês de 2021, no entanto, as transações de usados apresentaram queda de 11,4% e, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, a queda foi de pouco mais de 19%, talvez por conta da maior restrição e custo do crédito. Mas, já há sinais de que, aos poucos, o mercado possa se estabilizar”, afirma o presidente da Fenabrave, Andreta Jr.>
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