Em dezembro de 2019, a produtora de vídeos Porta dos Fundos, lançou na plataforma de streaming Netflix, um especial de natal, um tanto quanto polêmico. O filme faz uma sátira cômica sobre as tentações que Cristo sofreu. Como já é de se prever, pessoas se revoltaram com a comédia, com a acusação de que, a obra se tratava de uma ofensa as religiões cristãs. Foram criadas listas online para abaixo assinado, além de processos judiciais para que a plataforma removesse o conteúdo, contudo, respeitando o direito à liberdade de expressão, isso não aconteceu. Mas não para por aí, pois as tentativas de coerção e retaliação não ficaram apenas no âmbito jurídico e nas mídias sociais, elas foram além. No dia 24 de dezembro de 2019, às vésperas do natal, a produtora sofreu um atentado com coquetéis molotov, na porta de sua sede para aumentar a pressão pela retirada do conteúdo.
Isto mostra, caro leitor, que as ameaças e intolerâncias, além de dominarem a internet e o judiciário, estão começando a colocar em risco a vida e a propriedade do indivíduo. As pessoas estão perdendo o senso de que, se algo não a agrada, não é necessário inibir que outra pessoa o faça, simplesmente se tem a liberdade (até quando?) de não usufruir disto. Esse não é um caso isolado, basta realizar uma breve pesquisa, para identificar situações de obras que sofreram ou estão sofrendo tentativas de censura.
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