Publicado em 28 de maio de 2022 às 14:13
A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, cidade mineira a 163 quilômetros de Belo Horizonte, utilizou uma verba destinada à saúde, educação, meio ambiente e infraestrutura para pagar o cachê de R$ 1,2 milhão que Gusttavo Lima vai receber por um show marcado para junho.>
O cantor diz que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas". O Ministério Público de Minas Gerais informou nesta sexta-feira (27), em nota enviada à reportagem, que faz uma apuração preliminar para apurar se houve irregularidades na contratação.>
Numa nota publicada em seu site, a prefeitura de Conceição do Mato Dentro afirmou que o cachê do cantor foi pago com recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM.>
A nota diz que "não há restrição" sobre o uso da verba para a realização de "eventos que tragam melhoria para a qualidade de vida dos moradores locais".>
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Consta no portal da Agência Nacional de Mineração, no entanto, que esta verba só pode ser utilizada "na forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação".>
O cantor já recebeu metade do cachê, pago em duas parcelas, e receberá o restante até 15 de junho, de acordo com o contrato da prefeitura.>
A investigação em Minas Gerais surge dois dias depois de o Ministério Público de Roraima ter aberto um inquérito para apurar a contratação do mesmo cantor pela prefeitura de São Luiz, cidade com 8.232 habitantes, por R$ 800 mil.>
A discussão em torno do cachê de artistas, que viralizou nas redes sociais, surgiu depois que Zé Neto, da dupla com Cristiano, ter criticado Anitta e dito que os sertanejos não precisam de recorrer à Lei Rouanet, ou seja, ao dinheiro público.>
O valor do cachê do artista é fixado obedecendo critérios internos, baseados no cenário nacional, tais como: logística (transporte aéreo, transporte rodoviário etc.), tipo do evento (show privado ou público), bem como os custos e despesas operacionais da empresa para realização do show artístico, dentre outros fatores.>
Não pactuamos com ilegalidades cometidas por representantes do poder público, seja em qualquer esfera.>
Toda contratação do artista por entes públicos federados é pautada pela legalidade, ou seja, de acordo com o que determina a lei de licitações.>
Com relação a verba para realização de "show artístico", cabe ao ente público federado agir com responsabilidade na sua aplicação. Não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas para saber qual a dotação orçamentária que o chefe do Executivo está utilizando para custear a contratação.>
A fiscalização das contas públicas é realizada pelos órgãos TCU (Tribunal de Contas da União) ou TCE (Tribunal de Contas do Estado), de acordo com suas competências, seja em nível federal, estadual ou municipal.>
Portanto, qualquer ilegalidade cometida pelos entes públicos, seja na contratação de show artísticos ou qualquer outra forma de contração com o setor privado, deverá ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas e, se apurada, qualquer ilegalidade deverá ser encaminhada para a Justiça competente para julgar o ilícito eventualmente cometido.>
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