Redes Sociais

4 segredos dos vinhos produzidos na região do vulcão Etna

Entenda por que o vulcão mais alto da Europa, localizado na Itália, é capaz de originar vinhos singulares e de personalidade marcante

Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 13:52

Os apaixonados por vinhos sabem que os exemplares mais refinados são aqueles produzidos em locais mais elevados que o nível do mar. Mas algumas regiões guardam segredos únicos que tornam a bebida ainda mais surpreendente e digna de ser amplamente premiada.

É o caso da região do Etna, vulcão ativo situado na parte oriental da Sicília, na Itália, entre as províncias de Messina e Catânia. Trata-se do mais alto vulcão da Europa, e um dos mais altos do mundo, com aproximadamente 3.357 metros de altitude e com a possibilidade de crescer ainda mais de forma gradual, por conta das frequentes erupções.

Monte Etna, Sicilia, Itália
O Monte Etna fica localizado na região da Sicilia Crédito: Giuseppe Famiani

“O Etna é um dos vulcões mais ativos do mundo e está em constante erupção. Normalmente, não oferece grande risco à população; em contrapartida, propicia um solo excelente para a agricultura, com vinhedos e hortas espalhados nas faldas da montanha e em toda a planície de Catânia”, explica Giuseppe Russo, enófilo e fundador de uma importadora especializada em vinhos italianos.

A seguir, Giuseppe revela por que os vinhos produzidos na região do Etna são tão singulares e repletos de personalidade. Confira:

  • Localização icônica

    Considerado Patrimônio da UNESCO, o Etna está situado na maior montanha localizada em uma ilha, sendo o quinto vulcão mais ativo do mundo - condições que tornam os vinhos produzidos nas vinícolas da região bastante elegantes e refinados. Os vinhedos do Etna encontram-se em regiões de solo bastante irregular, como se nota pelas enormes pedras “atiradas pelo ciclope” e muitas vezes incrustradas entre as parreiras.

  • Identidade própria

    Os vinhos da região do Etna têm como característica a capacidade de preencher a boca em sua totalidade, com gosto persistente e retrogosto elegante. São intensos, luminosos e ao mesmo tempo refinados, traduzindo a identidade do local onde são produzidos. “O Etna é parte majestosa do cenário siciliano, aparecendo pelas manhãs através das janelas das casas locais e ajudando a ornamentar uma paisagem singular. Tudo isso compõe a alma dos vinhos locais”, diz Russo, lembrando que os exemplares conferem a paixão pela terra e pelo vinho. 

  • Uvas singulares

    A Nerello Mascalese é uma variedade de uva tinta amplamente cultivada nas encostas vulcânicas do Monte Etna, na Sicília. Os vinhos elaborados a partir dessa uva receberam ampla notoriedade na última década por serem frescos, com aromas frutados e herbáceos, bem como excelente mineralidade e uma nuance terrosa. Outra uva utilizada para compor os vinhos são a Catarratto e Grillo. “A Catarratto é uma uva branca amplamente cultivada na Sicília, utilizada na elaboração de vinhos brancos frescos e leves. Já a uva Grillo pertence a uma casta originada por meio de um cruzamento natural entre as uvas Catarratto Bianco – cujas vinhas são vigorosas e os bagos possuem amadurecimento médio a tardio – e Moscato de Alexandria. Possui três sinônimos: ariddu, riddu e rossese bianco (cultivada em Riomaggiore, na Ligúria). Existem algumas outras uvas com o nome de Rossese Bianco, porém a única que tem o mesmo DNA da Grillo é a de Riomaggiore.

  • Terra mineral

    Por estar constantemente expelindo fumaça, o Etna é como uma panela de pressão em funcionamento, cuja lava costuma escorrer e não explodir em violentas erupções. A lava escorre lentamente e, após esfriar, ela se torna preta e vai esbranquiçando com o tempo. Durante os primeiros 30 anos, esse solo não será fértil; mas depois desse período, o terreno vulcânico vai favorecer a agricultura e a produção de vinhos com sua instigante personalidade mineral. O solo é formado pela lava, cinzas e areia, com presença de cobre, fósforo, magnésio e outros minerais, que favorecem os vinhedos. As encostas do Etna e a água do degelo da neve garantem em geral a umidade para o cultivo da vinha. “Nessa região, a vindima é tardia, sendo que, quanto mais alto, mais tardia”, conclui o enófilo.

As informações foram repassadas pela assessoria de imprensa da importadora Sicilianess.

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação