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Movimento Cidade: vozes capixabas falam de subir mais um degrau na carreira artística

HZ conversou com artistas que subiram ao palco para milhares de pessoas no último fim de semana, e traz as expectativa das atrações para o futuro

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 09:32

A banda Gastação Infinita nasceu de encontros entre amigos e cresceu a partir da espontaneidade.
A banda Gastação Infinita nasceu de encontros entre amigos e cresceu a partir da espontaneidade. Crédito: Reprodução/Instagram/@gastacaoinfinita

Por Renam Linhares

Foram três dias de atrações locais e nacionais, mais de 35 toneladas de alimentos recolhidas e um sem-fim de experiências no Parque da Prainha, em Vila Velha. A 7ª edição do Festival Movimento Cidade, realizada entre os dias 15 e 17 de agosto, terminou aumentando ainda mais as expectativas para uma nova edição. Lá, o palco principal foi espaço para a nova geração de artistas capixabas que já ultrapassam as barreiras municipais com suas identidades marcantes e que vislumbram um novo degrau artístico após o evento.

HZ conversou com três desses nomes da música local. Branú, Ada Koffi e Hector Murilo (Gastação Infinita). Em síntese, eles apostam que estão em um momento de afirmação em suas carreiras e que estão prontos para investir suas forças nos próximos trabalhos. Confira a seguir:

Ada Koffi

Com uma trajetória marcada pela inspiração na ancestralidade indígena, afro-brasileira, e pela conexão com o axé, Ada Koffi emocionou o público ao trazer para o palco canções que celebram a natureza e a espiritualidade. A artista, que já soma prêmios como Melhor EP e Melhor Videoclipe no Prêmio da Música Capixaba, além do reconhecimento no Festival de Cinema de Vitória, destacou o valor desse momento:

Ada Koffi emocionou o público ao trazer para o palco canções que celebram a natureza e a espiritualidade
Ada Koffi emocionou o público ao trazer para o palco canções que celebram a natureza e a espiritualidade Crédito: Reprodução/Instagram/@adakoffi_/@furlanmelina/@clara_crvlh

“Eu vejo minha carreira em um momento de afirmação e reconhecimento na cena musical capixaba. Meus trabalhos, como Entrelaçar e Cheiro de Mar, celebram a vida e a força do axé”.

Seu último EP, “Cheiro de Mar”, foi a base do show na Prainha, envolvendo o público em um clima de celebração e pertencimento. O futuro, segundo Ada, aponta para um desejo de expandir ainda mais horizontes: lançar um álbum completo e cantar em palcos de diferentes partes do Brasil.

O último EP, “Cheiro de Mar”, foi a base do show de Ada Koffi na Prainha, envolvendo o público em um clima de celebração e pertencimento

Branú

Artista que representa a não-binariedade, Branú encontrou a música de forma inusitada: um violão sem cordas achado no lixo. Desde então, construiu uma trajetória marcada pela experimentação e pela ousadia. No palco do Movimento Cidade, mostrou sua versatilidade ao mesclar sons urbanos com funk, rap e influências da música popular brasileira.

A atração vive um momento de ascensão e reconhece o festival como um divisor de águas:

Artista que representa a não-binariedade, Branú encontrou a música de forma inusitada
Artista que representa a não-binariedade, Branú encontrou a música de forma inusitada Crédito: Reprodução/Instagram/@eubranu/@@clara_crvlh/@vagnerrezende/@amanda.kboom

“Estar no Movimento Cidade me faz pensar que estou no caminho certo. É uma comprovação de que eu posso viver da minha arte. Esses últimos meses foram de grandes realizações, e eu sinto a necessidade de transformar cada conquista em mais oportunidades”.

Branú surpreendeu com o lançamento irreverente de “Ei, pode sentar”, um funk de “putaria transsex”, como ele define com humor e autenticidade. A faixa, feita em parceria com DJ QR, KINGKONG BONEKETY e Marcelo Shimu, reforça sua postura de não se prender a estilos:

Artista vive um momento de ascensão e reconhece o festival musical como um divisor de águas

“Minha música é minha arte, e minha arte não tem caixa. Eu faço música independente do estilo”, enfatiza, em conversa com a reportagem.

Gastação Infinita

Formada em 2018, no bairro Itaquari, em Cariacica, a banda Gastação Infinita nasceu de encontros entre amigos e cresceu a partir da espontaneidade. O integrante Hector Murilo lembra que o início foi leve, quase uma brincadeira:

Gastação Infinita, no segundo dia do Movimento Cidade
Gastação Infinita, no segundo dia do Movimento Cidade Crédito: Sara Ohnesorge

“O nome da banda vem até dessas brincadeiras que a gente fazia. O processo de criação sempre foi bem ‘gastado’, descontraído. A gente percebeu que estava no caminho certo quando os amigos começaram a pedir mais shows”, relembra.

Depois de pausar a carreira durante a pandemia de Covid-19, a banda vive hoje um dos melhores momentos, circulando pelo Brasil e lançando trabalhos em parceria com selos de São Paulo. No festival, apresentaram seu último single, “Aranha Caranguejeira”, produzido por Rodolfo Simo, além de anunciar novidades: a música “Onça”, lançada de surpresa, e planos de um EP e álbum para os próximos meses.

O público vibrou com a intensidade performática que já é marca registrada da banda de Cariacica

O show no Movimento Cidade reafirmou a energia da banda, que mistura referências locais como o congo de Roda D’Água com sonoridades do rock alternativo. O público vibrou com a intensidade performática que já é marca registrada. “Aqui a gente é mal acostumado. Sempre teve muita gente botando fé na gente. Aí a gente chega lá com pessoas que a gente não conhece e a galera passa a botar fé na gente também. É bem emocionante”, destaca Puff, tecladista da banda.

* Esta matéria é uma produção do 28º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. O conteúdo teve orientação e edição do coordenador do programa, Eduardo Fachetti.

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