Publicado em 13 de julho de 2024 às 18:20
Os carros elétricos são uma realidade cada vez mais presente na vida dos capixabas. Não é atoa que o Espírito Santo foi o Estado que mais cresceu no emplacamento de carros elétricos em 2023, atingindo 169% de aumento nas vendas, de acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). E, somente este ano, houve um crescimento de 161,26% na venda de carros eletrificados no Estado, comparado aos seis primeiros meses de 2023.>
Pensando nisso, algumas construtoras estão optando por entregar os edifícios já com tomadas para carregar os veículos. No caso dos condomínios que não possuem estes pontos, a procura pela instalação aumentou. É o que afirma a vice-presidente da Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Patrícia Sperandio.>
“A questão da instalação das tomadas é quase sempre um ponto de pauta nas reuniões de condomínio que estamos presentes. O assunto está em alta, porque cada vez mais as pessoas estão comprando carros elétricos”, pontua. E sempre surgem dúvidas sobre quem paga a conta no final, da instalação ao custo da energia para a recarga dos veículos.>
Apesar de existirem eletropostos espalhados pelo ES em locais como supermercados, shoppings e hospitais, a maioria está na capital e pode não ser suficiente para atender a demanda que está crescendo cada vez mais. Por isso, veja o passo a passo de como os condomínios podem se preparar.>
>
Mediante o interesse de um ou mais moradores, a Ademi-ES recomenda que o condomínio contrate um engenheiro eletricista para fazer um estudo sobre a carga elétrica do prédio. O profissional vai analisar se a edificação pode receber um aumento de carga e quantas tomadas podem ser instaladas. >
“O engenheiro eletricista ou técnico habilitado vai dizer se o prédio poderá receber o aumento de carga, que é considerável. Depois disso, fazemos o projeto que vai contemplar o ponto de fornecimento da energia, as proteções, a infraestrutura de eletrocalhas e o cabeamento para chegar até o ponto”, afirma o engenheiro eletricista João Olivio.>
Ainda, segundo o engenheiro, os condomínios que fizerem o procedimento por conta própria correm o risco de sofrerem até com incêndios. “Uma instalação incorreta sem o aval de um especialista pode levar a um mau funcionamento da estrutura, desligamento involuntário, além de desarmar constantemente a proteção. E claro, a situação mais crítica que pode acontecer é realmente pegar fogo ", destaca.>
Esse é o momento de apresentar o laudo técnico e definir o que será feito. Se o documento apontar que o prédio pode receber tomadas em todas as unidades e for de interesse dos moradores, o valor da instalação será divido por todos os apartamentos. Já a conta de energia é individual, uma vez que a tomada é instalada diretamente no medidor de energia do morador.>
No entanto, pode ser que nem todos os condôminos tenham interesse em adaptar suas vagas ou seja inviável a instalação de tomadas em todas as unidades. Nesses casos, somente as unidades que forem adaptadas devem arcar com os custos da instalação. A conta de energia continua sendo individual.>
Um passo importante é acionar a seguradora formalmente após a decisão da assembleia e apresentar o documento elaborado pelo técnico para saber se o seguro do condomínio possui cobertura de incêndio decorrente de problemas envolvendo carros elétricos. >
Se a seguradora não cobrir, o condomínio não poderá prosseguir com a instalação, uma vez que não pode ficar sem seguro. Porém, se o serviço estiver incluso, a instalação já pode ser feita.>
Orientações do Corpo de Bombeiros >
O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) ainda não elaborou nenhum parecer técnico para regulamentar a instalação de tomadas nos condomínios. Porém, em 2023 o órgão criou uma comissão para estudar os procedimentos em emergências com veículos elétricos. >
A comissão é composta por bombeiros especialistas em atendimento emergencial e em segurança contra incêndio. O órgão também apresentou uma série de recomendações de segurança. São elas:>
O Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo já elaborou uma norma que está em consulta pública para debater com todos os atores envolvidos. Segundo o CBMES, a instituição pretende adotar a mesma normativa no Espírito Santo, entretanto, é necessário aguardar a finalização dos debates em São Paulo. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta