Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 15:07
- Atualizado há 3 anos
Nos últimos dias, as chuvas intensas têm sido preocupação de todos os capixabas. Alagamentos, risco de deslizamentos, interdição de pistas e trânsito caótico são alguns dos transtornos e problemas causados por essa variante do tempo. Mas e com relação ao mercado imobiliário, como isso interfere na valorização de um imóvel e na escolha de áreas para novos empreendimentos? E quais as soluções para melhoria desse cenário? >
Segundo o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, ao se projetar um empreendimento, são priorizadas áreas que não coloquem em risco a estrutura das edificações e a mobilidade das pessoas. >
Portanto, se uma área tem mais risco de chuvas ou deslizamentos, é possível que ela demore a ser ocupada pelo mercado imobiliário. Por outro lado, afirma Schubert, quando há uma parceria entre poder público e empresas privadas para ocupação de determinadas áreas, são realizadas obras, com os parâmetros previstos nas normas técnicas, para evitar futuros alagamentos ou riscos para os futuros moradores.>
“O poder público tem se esforçado para criar as melhores soluções para melhorar a mobilidade, mas ainda vivemos em cidades projetadas há muito tempo. É preciso revisar o urbanismo das cidades para evitar essas situações”, avalia.>
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Por outro lado, quando áreas de risco de alagamento ou mesmo deslizamentos já estão ocupadas, o ideal é realizar um plano municipal de redução de riscos ou uma carta de setorização de riscos geológicos, afirma o engenheiro geólogo e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Éder Carlos Moreira. >
“É preciso ter levantamentos e informações da região sobre as águas pluviais, sobre as redes de esgoto, sobre as águas servidas e compreensão da importância de erguer uma estrutura devidamente sólida e, de maneira imprescindível, com acompanhamento de profissional habilitado e capacitado para aquele tipo de empreendimento”, observa.>
Segundo ele, a entidade tem atuado, principalmente, na prevenção de desastres relacionados a riscos geológicos. A entidade, inclusive, realiza, até o próximo sábado (10), a 11ª Semana da Engenharia, Agronomia e Geociências do Espírito Santo, onde entidades e profissionais buscam soluções para os problemas apresentados pelos municípios. >
“A Câmara Especializada de Engenharia Química, Geologia e Minas do Crea-ES, da qual sou coordenador adjunto, tem este projeto, que é o Minimizando os Riscos Geológicos no Estado do Espírito Santo. Cada município tem sua situação peculiar. Por isso, precisamos ouvir qual a demanda. Mas é claro que é muito importante que o poder público municipal evite que as pessoas morem em áreas de risco”, diz.>
Outro aspecto que também influencia na escolha de um imóvel é a mobilidade. Locais com um trânsito muito intenso, às vezes são preteridos por outros onde é fácil de se chegar. Para o vice-presidente da Ademi-ES isso é um elemento decisivo na escolha da moradia. >
“As pessoas buscam por regiões onde precisem menos de se deslocar com o automóvel. Por isso, buscam locais onde tenha conforto de ter tudo próximo e também da mobilidade”, avalia.>
Trazer a harmonização para o trânsito é também uma forma de melhorar a mobilidade e contribuir para a redução de acidentes. Essa proposta foi apresentada pelo especialista em gestão e normatização de trânsito e transporte e especialista em psicologia de trânsito, o engenheiro Francisco Soares durante palestra na 11ª Semana da Engenharia, Agronomia e Geociências do Espírito Santo, que aconteceu nesta segunda-feira (5).>
“As intervenções propostas pela harmonização intuitiva do trânsito podem melhorar uma via de forma significativa sem precisar destruir ou reconstruir o trecho viário. Consegue-se um resultado harmonioso modificando apenas algumas variáveis do percurso. É uma ferramenta eficiente, pouco invasiva e de baixo custo para os gestores públicos”, esclarece.>
Já o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), Douglas Vaz, afirma que é preciso pensar de forma macro, com relação à questão da mobilidade. >
Douglas Vaz
Presidente do Sinduscon-ESSegundo Vaz, esses novos eixos viários devem levar o desenvolvimento para dentro dos municípios, com o intuito de reduzir a movimentação de carros para dentro de Vitória, já que a Capital concentra boa parte das empresas onde moradores dos municípios vizinhos trabalham. >
“O poder público precisa começar a pensar nesse novo eixo de desenvolvimento, para que não se precise atravessar a ponte para trabalhar”, diz. >
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