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Comprar ou alugar um imóvel? Saiba o que dizem os especialistas

Comprar ou alugar um imóvel? Saiba o que dizem os especialistas

Para ajudar a sanar essa dúvida, três profissionais de áreas distintas foram consultados: mercado imobiliário, mercado financeiro e economista; todos listaram os prós e contras de cada situação

Publicado em 18 de novembro de 2022 às 15:42- Atualizado há um ano

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Decidir entre comprar ou alugar, para muitas pessoas, não é tão fácil.
Alugar ou comprar um imóvel vai depender dos objetivos de cada pessoa. (Pixabay)
Eduarda Moro
Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]

“Pagar aluguel é jogar dinheiro fora”? Essa é uma máxima que as pessoas escutam com frequência na hora de sair da casa dos pais, de ir morar fora da cidade ou do Estado ou quando decide dar um passo a mais no relacionamento e morar com alguém. Por um lado, comprar um imóvel é uma garantia de segurança e estabilidade para a vida toda. Já alugar um espaço permite diversas possibilidades de estilo de vida.

O que é certo é que tomar uma decisão imediata pode causar frustração. Para o sócio responsável pela alocação da Valor Investimentos, Adriano Rondelli, a principal dica é pesquisar sobre a situação econômica do país, a variação dos preços de aluguéis, monitorar os juros para a compra de imóveis e entender quais são as projeções para os próximos meses e anos. 

“Quando você compra um imóvel, você tem que tratá-lo como um investimento e analisar se alguma área tem potencial de valorização na cidade, porque, eventualmente, você pode precisar vendê-lo e fazer esse dinheiro valer a pena”, alerta.

Concordando com Adriano, o consultor de empresas do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Sebastião Demuner, recomenda fazer um planejamento bem feito e uma pesquisa particular, analisando com atenção a sua situação pessoal.

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A pessoa precisa se perguntar: qual é o meu planejamento de vida? Pretendo pagar um imóvel em quanto tempo? A compra de uma casa realmente cabe no meu orçamento, mesmo sabendo que vai comprometer entre 20 e 30% da minha renda?

Sebastião Demuner
Conselheiro do Corecon-ES
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Para quem continua em dúvida, o economista acredita que o caminho pode ser entrar em contato com um corretor para auxiliar na busca de informações e no estudo do que é melhor a se fazer.

Hora de calcular

Analisando somente o aspecto financeiro, vale a pena comprar um imóvel? Respondendo genericamente, provavelmente não é a melhor opção para a maioria da população, já que precisa de um valor alto de entrada e é uma prestação que será paga boa parte da vida. Mas não é só isso que deve ser levado em consideração antes de tomar a decisão.

Ainda assim, segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula, “o ideal é sempre que houver condições financeiras para uma entrada, investir pelo menos 20% para aquisição do imóvel e assim proceder, ainda que por meio de financiamento do restante. Caso contrário, o jeito é alugar. Agora, se for possível, é uma boa ideia ingressar, em paralelo, em um consórcio imobiliário”.

Já Adriano indica investir o capital. “Se formos pensar pelo lado pessoal, para o jovem, de forma geral, não faz tanto sentido comprar, porque a vida dele ainda está indefinida. É mais interessante pensar em investimentos para, a longo prazo, adquirir um imóvel”, reflete.

Ele aponta como alguns dos motivos de que não vale a pena comprar o fato de o mercado imobiliário em Vitória estar valorizado atualmente, somado à inflação e aos juros de financiamento altos. “Em um horizonte de curto e médio prazo, é melhor se contentar com o aluguel. Já em longo prazo, vale a pena pensar em investir no fundo imobiliário”, sugere.

Já Demuner é mais categórico e avalia que, independentemente da idade, não há vantagem em comprar. “Exceto no caso de pessoas que têm uma estabilidade de emprego e uma remuneração boa. No geral, meu conselho é pagar aluguel, planejar e, quando chegar a hora certa, fazer a compra da sua casa ou apartamento”, afirma.

Em resumo, os especialistas acreditam que não apenas a pessoa deve se sentir financeiramente preparada para comprar um imóvel, mas precisa também pensar com cautela na forma de financiamento. E o mais importante: se é um momento possível para fazer esse financiar. Isso, é claro, se você não tiver todo o valor da casa.

O financiamento imobiliário é um modelo de empréstimo voltado exclusivamente para a compra de um imóvel, tanto novo quanto usado, e para a construção ou reforma de um imóvel residencial ou um espaço comercial.

O consumidor que não tem o montante total para a aquisição recorre a uma instituição financeira para conseguir esse crédito e, depois, paga o valor em parcelas acrescidas de juros e correção monetária. Esse é o tipo de financiamento com as taxas mais baixas no mercado e tem um prazo longo para quitação, de até 35 anos.

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Os imóveis hoje estão mais acessíveis e as taxas de juros ainda estão convidativas, tanto por meio de financiamento, quanto por consórcio – sendo que este é o mais em conta. Por outro lado, a realização do sonho é mais rápida via financiamento imobiliário, caso o interessado não tenha condições de oferecer um bom e compatível lance

Aurélio Capua Dallapicula
Presidente do Creci-ES
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Mas, além da dívida, é preciso antecipar emergências financeiras, como perder o emprego ou um procedimento médico importante, o que pode atrasar o pagamento do financiamento e até perder sua casa. Por isso, não é uma decisão fácil de tomar.

Lado emocional versus racional

Existem muitas razões emocionais válidas para comprar uma casa – como localização, conforto e intenções pessoais e profissionais –, o problema é quando elas conflitam com a viabilidade financeira.

Na avaliação dos especialistas, é importante saber o custo do aluguel em comparação com a compra na sua vizinhança. Em alguns bairros, é um melhor investimento alugar em vez de comprar, por exemplo.

A compra de um imóvel não pode ser feita sem planejamento e estudo de viabilidade.
A compra de um imóvel não pode ser feita sem planejamento e estudo de viabilidade. (Pixabay)

Mais importante do que conhecer finanças e mercado imobiliário é o autoconhecimento. Você está confortável e seguro com a sua renda hoje? Por quanto tempo pretende trabalhar no mesmo lugar? Você tem planos de morar com outra pessoa ou construir uma família nos próximos anos?

Respondendo a essas perguntas, você descobre seu perfil.

Perfil 1: quem prefere liberdade

Caso você não tenha certeza ou espera pular de cidade em cidade, o imóvel próprio pode não ser para você. Comprar uma casa requer um investimento inicial significativo e isso vai afetar o seu equilíbrio financeiro por anos.

Para aqueles que pretendem passar por transformações importantes a curto prazo, o aluguel — e a possibilidade de mudança rápida que ele oferece — pode ser a opção ideal.

Além disso, é mais fácil assinar um contrato de aluguel do que arcar com todos os custos de transações da compra de um imóvel. Sem contar que a flexibilidade que um imóvel “emprestado” proporciona é necessária para quem não pode comprometer um orçamento mais alto no momento.

O apartamento não estando no nome de quem aluga significa que há um vínculo mais fraco entre o locatário e o imóvel, de forma que as maiores responsabilidades burocráticas ficam por conta do proprietário. Dessa forma, o inquilino não possui tantas obrigações quanto o dono do imóvel em relação a defeitos na estrutura do local, problemas com a construtora, manutenção, reformas e desvalorização no mercado.

Mas quem mora em um imóvel alugado normalmente tem limitações para fazer mudanças e deixar a casa ou apartamento como ele realmente gostaria.

Perfil 2: quem prefere segurança

Já na casa própria, o proprietário tem outro tipo de liberdade: fazer reformas de acordo com o que a criatividade e as condições financeiras permitirem para criar o lar que deseja.

Além do mais, existe uma espécie de “conforto emocional”, mencionado pelo sócio do Valor Investimentos, que é a tranquilidade sem preço de saber que sempre terá um teto para morar.

Entretanto, ainda assim, a compra pode vir com preocupações, como no caso de imóveis que não são novos. É preciso prestar atenção nas condições dele antes de adquirir, bem como é recomendável fazer uma vistoria com o auxílio de um engenheiro para verificar problemas não indicados pelo vendedor.

Já no caso da entrega de empreendimentos novos, podem ocorrer descumprimento dos prazos de término das obras, irregularidades e até o abandono da obra com a falência da incorporadora. Pesquise com atenção sobre a construtora que está construindo o seu imóvel para evitar dor de cabeça.

É uma possibilidade também avaliar a construção da própria casa. Os custos de mão de obra e dos materiais podem variar de uma região para a outra, mas vale a pena pensar nessa opção.

Em conclusão, apesar de o aluguel possuir várias vantagens, que friamente parece sobressair a compra, o que importa na hora da escolha entre comprar ou alugar um imóvel é o perfil do consumidor.

Por isso, não há como prever o melhor a ser feito sem uma análise específica para definir o que é mais conveniente e o mais de acordo com cada situação. Nessas horas, você pode contar sempre com a ajuda de um corretor e do Hub Imobi.

Eduarda Moro  é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionada pela editora adjunta do Estúdio Gazeta Karine Nobre.

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