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Autismo: como o tratamento interdisciplinar pode ajudar a criança

Autismo: como o tratamento interdisciplinar pode ajudar a criança

Uma equipe com profissionais de várias especialidades é fundamental para fazer as intervenções necessárias para o desenvolvimento da criança autista

Publicado em 20 de agosto de 2021 às 15:15

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Entre as características mais marcantes na criança com o Transtorno do Espectro Autisma (TEA) está o comprometimento da expressão afetiva, da interação social e da linguagem.
Entre as características mais marcantes na criança com o Transtorno do Espectro Autisma (TEA) está o comprometimento da expressão afetiva, da interação social e da linguagem. (Freepik)
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Uma criança diagnosticada com autismo precisará contar com muito apoio: da família, da escola... Mas não só: essa criança será cercada por uma rede de atenção, com especialistas de várias áreas.

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode parecer assustador no início. Passado o susto, é hora de buscar essa ajuda para iniciar o tratamento o quanto antes, como lembra a psiquiatra infantil Fernanda Mappa, diretora clínica do Protea Neurodesenvolvimento, da Green House Psiquiatria, grupo que possui clínicas psiquiátricas nas cidades de Guarapari e Fundão.

"Muitas famílias recebem o diagnóstico com dificuldade. É necessário respeitar o tempo da família, acolher seu sofrimento e entender que durante a gestação pode ter havido a idealização de um filho ideal. E que agora, o filho 'real' vai requerer atitudes que aquela família não esperava", comenta a médica.

Esse primeiro choque, segundo Fernanda, acaba sendo contornado com informação. "Uma família bem orientada conseguirá lidar melhor tanto com o diagnóstico quanto com a necessidade de intervenções", aponta.

CARACTERÍSTICAS 

Entre as características mais marcantes na criança com o Transtorno do Espectro Autisma (TEA) está o comprometimento da expressão afetiva, da interação social e da linguagem. Além disso, nota-se a presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. "Além de prejuízo na esfera socioemocional, pode haver também atraso no desenvolvimento cognitivo, ou seja, uma deficiência intelectual", explica ela.

De acordo com a psiquiatra, o que mais motiva os pais a buscarem um serviço de saúde em busca de respostas é o atraso na fala. "Outra queixa muito comum é a dificuldade de interação social com crianças da mesma idade, que faz com que ela prefira quase sempre brincar sozinha. Até mesmo quando parece estar no grupo, ela demonstra pouca interação e brinca independente do grupo."

É possível identificar os sinais nos primeiros meses de vida, embora, segundo Fernanda, a pouca informação das pessoas e de alguns profissionais faça com que isso não aconteça com a rapidez necessária.

"Não é uma realidade em nosso país. Ainda 'perdemos' muito tempo para iniciar com as intervenções necessárias", ressalta a especialista.

Quando ocorre, é a mãe que percebe algo estranho com o recém-nascido, que, em geral, se mostra um bebê que quase não sorri, que faz pouco contato visual e que não atende quando é chamado pelo nome.

De acordo com a psiquiatra Fernanda Mappa, o que mais motiva os pais a buscarem um serviço de saúde em busca de respostas é o atraso na fala.
De acordo com a psiquiatra Fernanda Mappa, o que mais motiva os pais a buscarem um serviço de saúde em busca de respostas é o atraso na fala. (Freepik)

DIAGNÓSTICO 

Fernanda Mappa, do Protea Neurodesenvovimento, afirma que o diagnóstico do TEA é 100% clínico. "Isso precisa ficar muito claro, para evitarmos que os pais busquem respostas em exames de imagem, ou outros exames desnecessários para o diagnóstico", diz.

Por isso, para a confirmação de que é autismo, é feita uma anamnese detalhada com dados sobre a gestação, além da história familiar de doença psiquiátrica. "A maioria das pessoas com Transtorno de Espectro Autista tem outras condições psiquiátricas associadas", destaca a psiquiatra.

"Há uma investigação sobre a aquisição dos marcos do desenvolvimento, como sentar, rolar, engatinhar, andar, início do processo de vocalização, processo de aquisição de outras habilidades motoras e sociais... E o principal: a observação do comportamento da criança", ressalta Fernanda Mappa.

Exames de imagem, eletroencefalograma e exame genéticos são necessários para outros fins, como para diagnóstico diferencial específico.

TRATAMENTO 

A família que aceita o diagnóstico de autismo torna o enfrentamento do transtorno mais rápido e eficiente. "Facilita muito, já que precisamos iniciar as intervenções necessárias o quanto antes. Algumas vezes, a intervenção precisa vir antes dessa aceitação, já que a criança não tem tempo de esperar", observa Fernanda Mappa.

Quanto antes é feito o diagnóstico e são identificados os atrasos, é possível aproveitar o que é chamado de "janela de oportunidade", que vai até os 5-6 anos de idade da criança.

"Devido à plasticidade cerebral, que é a capacidade dos neurônios se transformarem e se reorganizarem de acordo com os diferentes estímulos que recebe, a intervenção precoce gera ganhos significativos e duradouros no desenvolvimento da criança. Mas isso acontece preferencialmente até os 5 e 6 anos de idade."

EQUIPE INTERDISCIPLINAR 

Cada criança, lembra a médica, vai requerer um planejamento, que será individualizado de acordo com suas necessidades. De maneira geral, uma equipe multiprofissional poderá ser composta pelo médico psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicopedagogo.

"O tratamento visa a que a criança alcance habilidades motoras e/ou sociais que estavam atrasadas ou ausentes de acordo com sua idade", diz Fernanda.

Neste mês de agosto será inaugurada a Protea Neurodesenvolvimento, um centro que faz parte do Grupo Green House e cuidará de pacientes com o Transtorno do Espectro do Autista (TEA) e suas similaridades.

"A atuação em equipe interdisciplinar possibilita a colaboração de várias especialidades integrando conhecimentos e qualificações distintas. Dessa forma, a integração da equipe é imprescindível para que o atendimento e o cuidado alcancem a amplitude do ser humano, transcendendo a noção de conceito de saúde. Além disso, acreditamos que a equipe sendo coordenada por um médico permitirá um atendimento global de acordo com as necessidades dos pacientes", frisa a psiquiatra.

SAIBA MAIS SOBRE O PROTEA NEURODESENVOLVIMENTO: 

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