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Vereador de Vila Velha vira réu por discriminação à comunidade LGBTQIAPN+

Vereador de Vila Velha vira réu por discriminação à comunidade LGBTQIAPN+

Justiça acata denúncia do MPES, que narra que Devacir Rabello proferiu discurso preconceituoso contra destinação de recursos públicos para parada gay em Vila Velha; vereador diz ter sido eleito para defender "aquilo em que acredita"

Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 15:47

Devacir Rabello, vereador de Vila Velha
Devacir Rabello afirmou ainda não ter sido notificado formalmente sobre a representação Crédito: Instagram/Reprodução

 A Justiça do Espírito Santo acolheu denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES)  contra o vereador Devacir Rabello (PL), de Vila Velha, por postagem nas redes sociais e discurso em plenário atacando a comunidade LGBTQIAPN+.

A decisão do acolhimento da representação ocorreu nesta quinta-feira (20), pelo juiz  Flávio Jabour Moulin, da 7ª Vara Criminal de Vila Velha. 

"Recebo a denúncia por estarem presentes as condições para o exercício do direito de ação e os pressupostos para o desenvolvimento válido e regular do processo. Cite-se o acusado para responder, por escrito, à acusação, no prazo de 10 dias", afirma o texto do magistrado.

Na denúncia, o Ministério Público narra que o vereador proferiu discurso preconceituoso contra o fato de o projeto da “1ª Parada LGBTQIAPN+ da Região 5 tema: Flores da Terra” ter sido aprovado para receber recursos públicos da Lei Aldir Blanc.

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Vereador de Vila Velha vira réu por discriminação à comunidade LGBTQIAPN+

O vereador tratou o evento como “capeteiro” e “pandemônio”, entre outras afirmações, em pronunciamento feito na sessão ordinária da Câmara de Vila Velha, no dia 5 de fevereiro.

Na mesma data, o denunciado publicou um vídeo do discurso em sua conta pessoal na rede social Instagram. De acordo com o MP, o discurso do vereador é raivoso e incita a população à discriminação e ao preconceito.

“A conduta do denunciado se revela de gravidade acima da média, uma vez que a publicação foi disseminada em sua rede social, a qual conta com mais de 28 mil seguidores, gerando uma repercussão que ultrapassa os limites da circunscrição do município”, afirma o MPES na ação.

Diante dos fatos, o MPES ajuizou a denúncia requerendo a condenação do vereador pelos crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. O Ministério Público informa, também, que não foi proposto ao denunciado a assinatura de Acordo de Não Persecução Penal por ele já responder a outra ação penal na Justiça.

Procurado para comentar a denúncia do MPES, o vereador afirmou ainda não ter sido notificado formalmente sobre a representação. No entanto, ressaltou ter sido eleito para defender "aquilo em que acredita". Por fim, o parlamentar pontua ser autor de projeto de lei que proíbe o repasse de verbas públicas para eventos de teor semelhante ao da Parada LGBTQIAPN+.

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